Nadadores criticam decisão sobre doping de Cesar Cielo

A decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) de apenas advertir o nadador Cesar Cielo por um resultado positivo em um exame antidoping continua repercutindo entre os nadadores que vão participar do Mundial de Esportes Aquáticos em Xangai. Além disso, a Federação Internacional de Natação (Fina) revelou considerar a possibilidade de […]

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A decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês) de apenas advertir o nadador Cesar Cielo por um resultado positivo em um exame antidoping continua repercutindo entre os nadadores que vão participar do Mundial de Esportes Aquáticos em Xangai. Além disso, a Federação Internacional de Natação (Fina) revelou considerar a possibilidade de adotar um programa de passaporte biológico.

Cielo, campeão olímpico e mundial, foi liberado para competir no Mundial na quinta-feira após a CAS confirmar a decisão da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) de apenas advertir o nadador. A Fina tinha recorrido da decisão da CBDA para o caso em que o nadador deu positivo para furosemida, um diurético proibido e agente de mascaramento, no Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro, em maio.

Cielo disse que consumiu a substância em um lote contaminado de um suplemento alimentar que ele usa regularmente. Outros casos recentes envolvendo doping por furosemida causaram suspensões de até 14 meses. A decisão de manter a advertência a Cielo foi a mesma para os brasileiros Nicholas Santos e Henrique Barbosa, enquanto a CAS suspendeu Vinicius Waked, que era reincidente, por um ano.

“Foi-me dito várias vezes para avaliar o que coloco no meu corpo, porque você é responsável por isso”, disse o nadador norte-americano Jason Lezak. “Obviamente, há novas leis agora nesses 15 anos que eu estou na natação, por isso espero que as pessoas possam aprender com isso e seguir em frente. Mas agora eu não acho que há um muita gente feliz”.

“Estou convencido é um campeão, não importa o que aconteça. É o sistema que não funciona, e é isso que me preocupa”, disse o italiano Filippo Magnini. “Eu vou nadar contra ele e eu vou apertar sua mão e tentar vencê-lo, como eu sempre faço, mas isso criou um perigoso precedente”, completou o bicampeão mundial.

“Eu sempre fui avisado que quem comete um erro, se é pequeno ou grande, indireto ou involuntário, terá que pagar por isso”, acrescentou Magnini. “Somos continuamente testados e precisamos comunicar onde estamos e em que momento. É sempre estressante e então você vê que é tudo em vão porque não há punição. Eles também atingiram Cielo, porque eu não sei como ele vai se apresentar”.

Diretor executivo da Fina, Cornel Marculescu disse ter feito todo o possível para resolver o caso de Cielo, e que a decisão do CAS tinha que ser aceita. “Nós temos dito sempre aos nadadores, ”Tenha cuidado quando você tomar um suplemento, porque você nunca sabe o que você está tomando. Você não sabe o que está dentro”, disse. “A gama é enorme, de uma advertência a dois anos, e eu entendo que existem nadadores, atletas e pessoas que não entendem por que se dá seis meses para um e dois anos para outro”, acrescentou.

De acordo com Andrew Pipe, o presidente da comissão de controle antidoping da Fina, a criação de um passaporte biológico é a única maneira de detectar o uso de substâncias proibidas. Os passaportes biológicos contêm continuamente atualizados os perfis de sangue dos atletas e já é utilizado no ciclismo. Variações desse perfil poderiam indicar doping. “A proposta de uma espécie de um programa de passaporte biológico da Fina está agora sendo ativamente considerado, e estou confiante de que progresso será feito nessa direção”, disse.

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