Douradenses mostraram indiferença ao “acordão” que reuniu 15 partidos. 50.720 eleitores “protestaram”, com mais de 38 mil abstenções e 12 mil votos nulos ou em branco.

A indiferença foi o recado enviado pela maioria dos 139.281 eleitores aptos a votar neste domingo para escolher o prefeito de Dourados. Mesmo com um acordão que reuniu 15 partidos, Murilo Zauith (DEM) obteve 50,67% do total dos votos douradenses. Quase a metade do eleitorado deixou de comparecer às urnas ou foi para votar nulo ou em branco.

Segundo o TRE, 38.146 eleitores deixaram de votar, enquanto 5.745 votaram em branco e 6.829 preferiram anular o voto. Do restante, Murilo teve 70.906 votos (80.06% dos votos válidos), Geraldo Salles (PSDC) teve 12.392 (13,99%)  Genival Valeretto (PMN) teve 3.193 (3,61%) e José Araújo (PSOL) 2.070 (2,34%).

Murilo e a vice-prefeita eleita, Dinaci Ranzi (PT), comemoram com familiares e correligionários em um restaurante onde foi preparado um jantar para 300 pessoas.

Em algumas partes da cidade fogos de artifício foram usados, mas a comemoração é tímida nos bairros. Segundo o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Josué de Oliveira, que acompanha os trabalhos eleitorais em Dourados, há a possibilidade de antecipar a posse do novo prefeito.

Biografia

Nascido em Barretos (SP), Murilo Zauith tem 60 anos, é casado e pai de dois filhos. Chegou a Dourados em 1976, logo depois de se formar em Engenharia Civil, e atuou no ramo até a década de 1990.

A atuação de Zauith na área de educação douradense é destacada, e teve início com a criação de faculdades de Direito e Administração no final dos anos de 1970. Como diretor, conduziu o processo de transformação das faculdades na atual Unigran (Centro Universitário da Grande Dourados) – hoje com mais de trinta cursos instalados.

Política

Em 1993, iniciou sua carreira política ao assumir a secretaria de Planejamento da prefeitura de Dourados. Elegeu-se deputado estadual em 1994, e foi reeleito no mandato seguinte. Chegou à Câmara Federal em 2002 com mais de 68 mil votos.

Aliou-se a André Puccinelli para encabeçar a chapa vitoriosa ao governo do Estado em 2006. Em 2010, porém, foi preterido na aliança com o governador para dar lugar a Simone Tebet como vice pela reeleição. Restou ao presidente estadual do Democratas concorrer a uma vaga no Senado. Obteve 512 mil votos e ficou em terceiro lugar, atrás dos eleitos Waldemir Moka (PMDB) e Delcídio Amaral (PT).

Homenagens

– 2003: Grau de Grande Oficial Comenda da Ordem dos Guaicurus do Mérito Judiciário do Trabalho do Estado de Mato Grosso do Sul
– 2005: título de Cidadão Sul-Mato-Grossense concedido pela Assembléia Legislativa
– Cidadão Honorário de Aral Moreira, Douradina, Dourados, Inocência, Navirai, Nova Alvorada, Ponta Porã.

(matéria atualizada às 18h57 para acréscimos de informações)