O escritor argentino Ernesto Sabato, cujo romance “O Túnel” é considerado um clássico existencialista e que presidiu uma investigação sobre os crimes cometidos pelo governo militar do país, morreu neste sábado (30) aos 99 anos de idade.
“A humanidade não pode viver sem heróis, mártires e santos”, disse uma vez Sabato, intelectual conhecido como ativista incansável a favor da justiça e dos direitos humanos.
Sua morte foi noticiada pela mídia local.
Sabato escreveu três romances –“O Túnel”, publicado em 1948, “Sobre Heróis e Tumbas”, publicado em 1961 e “Abaddon, o Exterminador”, de 1974.
Conhecido por sua careca, óculos escuros, bigode de escova e camisas de gola aberta, ele era visto como herói por muitos em sua terra natal.
Com o fim do governo militar argentino, Sabato decidiu presidir a Comissão Nacional dos Desaparecidos, que investigou o destino de dezenas de milhares de argentinos desaparecidos nas mãos dos militares –sequestrados, torturados e mortos.
Endeusado pela esquerda política, no entanto, Sabato rejeitava qualquer afiliação partidária.
(Por Stephen Brown)