Moradores apoiam proibição de shows em Parque de Exposições de Campo Grande

Principais reclamações são som alto, carros estacionados na frente das casas, além de assaltos e violência. Mesmo assim, vereadores estudam mudar Lei só para atender Acrissul.

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Principais reclamações são som alto, carros estacionados na frente das casas, além de assaltos e violência. Mesmo assim, vereadores estudam mudar Lei só para atender Acrissul.

Enquanto uma manobra no Legislativo Municipal de Campo Grande quer driblar a determinação judicial que proibiu a Acrissul de realizar shows musicais no Parque de Exposições Laucídio Coelho, os moradores da região comemoram a decisão da Justiça.

Segundo os vizinhos, a luta para resolver os ínúmeros transtornos causados pela realização de grandes eventos no Parque da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) já dura anos e somente agora, com a decisão concedida pelo TJ-MS, os moradores viram a possibilidade de recuperar o direito ao sossego, descanso e segurança.

Manobra com vereadores

A decisão da justiça que proibiu os megashows está baseada na Lei do Silêncio. A Acrissul tenta, através dos vereadores, criar uma brecha para escapar do que determinou o Judiciário de MS.

“Estou muito contente, não agüentava mais a barulheira”, desabafou José Osvaldo, de 82 anos. O idoso mora, junto com a esposa de 78 anos, na rua Amapolos, bem próximo à área de shows do Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande.

E a opinião parece ser a regra nos vizinhos do Parque. Jubens Alves, 56, comenta que muitas vezes as apresentações e, consequentemente o barulho, chegam a ir até 5h da manhã. “Se fosse somente uma vez por semana até tudo bem, mas tem vezes que fica seis meses quase direto o barulho”, afirmou Jubens.

Nem os moradores de bairros um pouco mais afastados se esquivam de criticar os eventos realizados no parque. No Jardim América, a principal reclamação são os carros que lotam as ruas em dias de shows.

“As pessoas chegam a estacionar carros até aqui na minha calçada, muitas vezes nem a entrada fica livre”, reclama Antônia Loerchi, 63. Caso interessante é de José Osvaldo, que comentou que chegaram a colocar uma faixa na frente de sua casa, informando que o local era um estacionamento.

Violência

“Em dias de shows grandes a gente aqui do bairro nem sai de casa”, afirmou Jubens Alves, que mora do outro lado da avenida Via Morena, bem em frente ao Parque de Exposições. Segundo Jubens a violência aumenta muito, com muitos roubos registrados.

A idosa Maria Lopes, de 76 anos, diz que durante os eventos o mais comum é serem ouvidos gritos de pessoas sendo assaltadas. “O pessoal vende as coisas na exposição e ecaba sendo assaltado aqui fora, toda vez é assim, ninguém agüenta mais”, desabafa a idosa.

O medo da violência é constante nos moradores. José Osvaldo garante que, em dia de eventos no Parque, não deixa que ninguém da família vá aos shows. “Mando dos netos irem pro shopping ou qualquer outro lugar, mas pros shows não, é muito perigoso”, finaliza Osvaldo.

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