O carismático pop star eleito presidente do Haiti, Michel Martelly, tomou posse neste sábado, 14, prometendo reconstruir a capital devastada pelo terremoto em 2010, promover o desenvolvimento no interior do país e formar um Exército moderno.

O cantor de 50 anos conhecido dos haitianos como “Sweet Micky”, foi eleito presidente em 20 de março com 67,57% dos votos, em um Haiti cansado de lideranças passadas que falharam em providenciar até mesmo serviços básicos, como ruas decentes, água e eletricidade no país mais pobre do Hemisfério Ocidental. Ele é o 56º presidente do país.

Martelly foi empossado em uma cerimônia realizada nos arredores do Parlamento da nação, durante uma queda de energia na sala construída para a posse, na frente de dúzias de pessoas, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, enviado especial da ONU, e do comandante da missão da ONU no país, Edmond Mulet, que tem mantido a ordem no Haiti desde 2004. O presidente do Suriname, Desi Bouterse, em julgamento pela execução de 15 oponentes políticos em 1982 também estava presente.

Após a leitura do decreto que o declara chefe do Estado, Martelly recebeu a faixa presidencial do presidente da Assembleia nacional, Rudolphe Joazile, que foi entregue pelo agora ex-presidente do Haiti René Preval. Os dois depois se cumprimentaram e se abraçaram, mas não disseram nada um ao outro. A esposa de Martelly, Sophia Saint Remy, então subiu no palco e ajustou a faixa, e os seus quatro filhos se juntaram a eles.

Pouco antes, o novo governante fez o juramento ante Joazile. “Juro na frente de Deus e da nação seguir fielmente a Constituição e as leis da República”, declarou Martelly.

Ele também se comprometeu a “respeitar e fazer respeitas os direitos do povo haitiano e trabalhar para a magnificência da pátria na manutenção da independência nacional e da integridade do território”.

Martelly não falou nada ao sair do Parlamento em direção ao Palácio Nacional, onde deve fazer um discurso. Antes disso, ele saiu do salão de posse e escutou pela primeira vez o hino presidencial interpretado pela Orquestra da Polícia Nacional.

Acompanhado da esposa, Martelly se dirigiu ao museu do Panteão Nacional para depositar flores em homenagem aos heróis da nação haitiana.

“Hoje me sinto como ontem, só que agora tenho o comando da nação”, disse o novo governante à agência EFE, antes de sair do museu.

Fora do Parlametno protegido por portões, havia mais de mil simpatizantes do novo presidente.

“Hoje é uma festa para nós, para as massa, porque o país está destruído”, disse Esaue Rene, um mecânico de 28 anos que tem grande esperança em Martelly. “Eu gostaria que ele criasse empregos para que as pessoas não passem mais os dias sentadas em praças, sem ter o que fazer.”