Um novo reajuste, confirmado pelo Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do MS), elevou o preço do álcool combustível em R$ 0,12 para as distribuidoras nesta segunda-feira (14). O preço será repassado para o consumidor.

Com o novo aumento, o preço nas bombas de combustível pode variar entre R$ 2 e R$ 2,30 na Capital, valor pouco maior que a média do diesel (R$ 2,1) e menor que da gasolina (R$ 2,75).

Desde o início de 2011 Mato Grosso do Sul não faz mais parte da lista onde é mais competitivo abastecer com etanol do que com a gasolina. Segundo cálculos de especialistas, só compensa usar o derivado da cana-de-açúcar quando seu preço é igual ou inferior a 70% do valor da gasolina. Em Campo Grande, a relação dos preços fica entre 72% (levando em conta o valor de R$ 2 do etanol) e 83% (R$ 2,30).

O que a população questiona é o preço elevado logo em MS, um dos maiores produtores de cana-de-açúcar do país. Para se ter uma ideia, segundo previsão da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) a produção de cana-de-açúcar da safra 2010/11 do Estado deve crescer 65% e a produção de álcool pode chegar a R$ 1,9 bilhão de litros, aumento de 58% em relação à safra passada.

Para o Sinpetro, é o frete que encarece o produto. “A cana é produzida e levada para Paulina (SP), onde é processada e distribuída, depois retorna para MS, neste processo envolvem-se dois preços de transporte que são inclusos no valor do etanol”, esclarece o sindicato.

Ainda segundo o Sinpetro, com o preço do açúcar mais alto, muitos produtores optam por produzi-lo em detrimento do etanol.

ICMS elevado

Já o dono de um posto de combustível, localizado no centro de Campo Grande, culpa a entressafra e os altos impostos. “O ICMS aqui é muito elevado, e a época não é de colheita da cana, por isso temos esses altos preços do etanol, que complica a compra e a venda”, afirmou João Carlos Anache.

O empresário ainda comentou que uma possível diminuição dos preços pode ocorrer entre os meses de maio e abril, com a nova safra da cana-de-açúcar.