O dólar fechou em leve alta frente ao real nesta quinta-feira, arrefecendo o movimento da manhã em meio à recuperação das commodities.

A moeda norte-americana teve variação positiva de 0,19 por cento, a 1,623 real na venda. Mais cedo, a taxa de câmbio chegou a ser cotada a 1,629 real, avanço de 0,56 por cento. No mês, o dólar acumula alta de 3,18 por cento.

“O mercado deu uma melhorada como um todo: a alta do petróleo está ajudando as bolsas e com isso o investidor fica menos apreensivo e volta a ter apetite por risco”, disse Jason Vieira, analista internacional da corretora Cruzeiro do Sul.

“Foram dias muito pesados, e esse movimento de queda acentuada nas bolsas e alta do dólar não se sustenta por muito tempo”, acrescentou.

O barril de petróleo transacionado nos Estados Unidos fechou com valorização de 0,77 por cento, favorecendo ações de empresas ligadas ao setor. O índice Standard and Poor’s 500 subia 0,5 por cento. Ao mesmo tempo, o dólar cedia 0,1 por cento ante uma cesta de divisas.

Mais cedo, prevaleceu o tom negativo nos mercados, após uma série de dados sugerir que a recuperação econômica global está esfriando .

Por aqui, alguns investidores começam a avaliar que o viés de queda do dólar dos últimos meses pode estar se esgotando, em meio a temores de que o tombo das matérias-primas na semana passada seja um sinal de fraqueza na economia global mais à frente.

“Não enxergo mais as commodities com todo aquele movimento ascendente. Elas até podem subir em alguns dias, como hoje, mas acredito que daqui para frente o caminho é para baixo, e isso tende a impactar (para cima) o dólar aqui”, disse Moacir Marcos Júnior, operador de câmbio da Interbolsa do Brasil.

“Você tem que olhar num horizonte mais longo… A retirada dos incentivos à economia pelos Estados Unidos associada à possibilidade de aumento de juros no mundo desenvolvido vai ser o principal motivo para a recuperação do dólar mais à frente”, acrescentou, referindo-se ao fim do programa de compra de ativos do Federal Reserve, previsto para junho.