A colisão de um empurrador paraguaio transportando 16 barcaças de farelo de soja contra o pilar central da ponte sobre o rio Paraguai, na região do Porto Morrinho, fez a Marinha mudar procedimentos para a navegação sob a ponte rodoviária da BR-262. A autorização provisória para o tráfego de comboios foi publicada no Boletim Diário de Avisos-Rádio Náuticos desta quarta-feira (11), divulgado pelo Serviço de Sinalização Náutica do Oeste.

A alteração também acontece porque uma barcaça do comboio paraguaio está afundada no local. A área está demarcada provisoriamente com galões plásticos nas cores vermelho e laranja. A recomendação aos navegantes é que mantenham “atenção redobrada” no trecho e adotem “todas as precauções” necessárias à segurança da navegação para transpor a ponte.

Para passar por baixo da ponte, as embarcações deveriam – até o dia do acidente – desmembrar o comboio completo e passar com o máximo de quatro barcaças de cada vez. Após cruzar o vão navegável, o comboio novamente se juntaria e seguiria viagem pela hidrovia do rio Paraguai.

De acordo com a autorização provisória, para o tráfego de comboios, emitida pela Marinha, a transposição da ponte rodoviária da BR-262, no quilômetro 1402,1 do rio Paraguai, tem regras diferentes para embarcações que estiverem subindo e descendo a hidrovia do Paraguai. As embarcações que estiverem subindo o rio somente deverão trafegar com o máximo de quatro barcaças. Estes comboios deverão ter como dimensões máximas: 175 metros de comprimento (incluindo o empurrador) e 25 metros de largura.

Para comboios descendo o rio, a transposição da ponte do Porto Morrinho deve ser feita com o máximo de duas barcaças e as medidas máximas devem ser de 115 metros de comprimento (incluindo o empurrador) e 25 metros de largura. O aviso aos navegantes estabelece que rebocador ou empurrador devem estar operando “sem qualquer tipo de restrição”. A autorização, ainda que provisória, é válida por tempo indeterminado.

Dispositivo de segurança

Ao bater contra o pilar central da ponte, no domingo, 08 de maio, e provocar um vão de cerca de 20 centímetros na estrutura, o empurrador Doña Carmen acabou trazendo à tona a discussão em torno da reconstrução do dolfin, dispositivo de segurança que protege os pilares de colisões. O empurrador atingiu o lado mais vulnerável, onde o módulo de proteção já não existe mais. Atualmente, os outros três dolfins que protegem os pilares suportam 8 mil toneladas.

Uma vez reconstruído, o módulo de segurança teria capacidade maior de absorção de impacto. A recuperação do equipamento se arrasta há quase sete anos. Ela chegou a ter início em agosto de 2004, depois da batida de um comboio no sistema de segurança que protege os pilares de sustentação da ponte, mas foi paralisada.

A colisão – ocorrida em julho de 2003 – não provocou grandes danos, mas levou à realização de um laudo pericial. Desde então, pelo menos outras três colisões causaram danos sucessivos ao dispositivo. Após a colisão de domingo, o Governo do Estado e o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), anunciaram a recuperação da ponte e reconstrução do dolfin. Levantamento preliminar aponta investimento de R$ 6 milhões na obra.