Mantega nega, mas tabela do IR deve mudar

Apesar do desmentido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao voltar de suas férias, de que o governo não estuda a correção da tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), o Planalto cogita essa possibilidade, conforme anunciou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho – porta-voz da presidente Dilma Rousseff -, após […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Apesar do desmentido do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao voltar de suas férias, de que o governo não estuda a correção da tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), o Planalto cogita essa possibilidade, conforme anunciou o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho – porta-voz da presidente Dilma Rousseff -, após reunião de anteontem com as centrais sindicais.

Mas, segundo um dos interlocutores da presidente, o governo só vai discutir a questão depois de assegurar o valor do salário mínimo, de preferência em R$ 545, acenando com alguma possibilidade de chegar a R$ 550. Em nome do equilíbrio fiscal, o Planalto rejeita qualquer valor acima disso, considerando inviável até mesmo os R$ 560 – um meio-termo entre os R$ 580 pleiteados pelas centrais e os R$ 545 oferecidos pelo governo.

A presidente Dilma Rousseff foi avisada das declarações de Mantega quando estava no Rio, em almoço com o prefeito da cidade, Eduardo Paes. Dilma já recomendou aos ministros que não discutam pela imprensa. O governo está tentando atenuar as declarações de Mantega, justificando que elas não confrontam com as de Carvalho, porque a correção da tabela não estava sendo estudada antes e o ministro da Fazenda estava de férias.

As centrais sindicais colocaram o assunto na mesa de negociações oficialmente na quarta-feira e Carvalho avisou que, se o governo decidir dar alguma coisa, será o centro da meta da inflação deste ano – e não a inflação do ano passado. Com isso, o governo já rejeita os 6,46% pedido pelas centrais, que representariam uma perda de receita de R$ 1,5 bilhão, concordando em discutir a possibilidade de reajustar a tabela em 4,5%, com perda de R$ 1 bilhão.

Conteúdos relacionados