Mais dois lisímetros vão subsidiar zoneamento agrícola em MS

Mais dois lisímetros de pesagem, utilizados para determinar a demanda hídrica das culturas, foram instalados na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados, MS, nesta sexta-feira, dia 25 de fevereiro. A Unidade, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é a única em Mato Grosso do Sul a possuir esses equipamentos. No total, são três lisímetros. […]

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Mais dois lisímetros de pesagem, utilizados para determinar a demanda hídrica das culturas, foram instalados na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados, MS, nesta sexta-feira, dia 25 de fevereiro. A Unidade, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é a única em Mato Grosso do Sul a possuir esses equipamentos. No total, são três lisímetros. O primeiro começou sua atuação em 2009.

Segundo o pesquisador responsável Carlos Ricardo Fietz, o lisímetro fornece parâmetros relacionados com as demandas hídricas das culturas. Os dados são analisados cientificamente, gerando coeficientes de cultivo – quanto maior o coeficiente, mais água é consumida pela cultura.

O coeficiente de cultivo (KC), de acordo com Fietz, é usado no manejo da irrigação, determinando as necessidades de água da planta. Dessa forma, é delimitada a época mais favorável para a semeadura das culturas, definindo o nível de risco climático, principal referência do zoneamento agrícola.

Os dados fornecidos pelo primeiro lisímetro, em 2009, foram essenciais para fazer o zoneamento da cultura de milho com braquiária nos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná.

O objetivo da aquisição dos novos equipamentos está relacionado ao estudo do consórcio milho-braquiária da Unidade da Embrapa em Dourados. Um dos lisímetros vai monitorar o consórcio, e os outros dois vão trabalhar com as culturas solteiras. “Isso vai melhorar bastante a qualidade das informações obtidas”, afirma Fietz.

A montagem, instalação e calibração do equipamento é uma parceria entre Embrapa Agropecuária Oeste e Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia do Sertão Pernambucano, em Petrolina (IfSertão-PE). “É uma parceria de quase dez anos”, diz professor Luís Fernando Campeche, do IfSertão-PE. “Temos aprendido muito. E os lisímetros têm ficado cada vez melhores”, completa Fietz.

Para o professor Campeche, esse é o tipo de tecnologia que deve ficar restrito a instituições de pesquisa e ensino, “porque é preciso ter pessoal qualificado para instalar e saber traduzir os dados. É bem trabalhoso”, diz.

Funcionamento

O lisímetro de pesagem é como uma balança. A caixa metálica é preenchida com o solo, onde a cultura será plantada. A caixa é apoiada em um sistema que amortece e repassa o peso para uma célula de carga. Essa célula fornece as informações para um pequeno computador alimentado por uma bateria carregada por energia solar. “No final de um dia sem chuva e irrigação, o peso do lisímetro será menor devido à evaporação do solo e a transpiração da cultura. É o que nós chamamos de evapotranspiração, consumo hídrico da cultura”, explica Fietz.

Um dos fatores importantes é não limitar o desenvolvimento do sistema radicular na área de solo do lisímetro. “O equipamento deve ser suficientemente grande para comportar o sistema radicular. Um lisímetro para o plantio do pinhão-manso será bem maior do que um lisímetro para o cultivo de milho”, exemplifica Campeche.

A Embrapa Agropecuária Oeste pretende utilizar os novos equipamentos o mais breve possível. “Nossa intenção é fazer um estudo do consórcio milho-braquiária nessa safra”, diz o pesquisador Fietz.

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