Mãe acusada por morte de filha de 3 anos teria tentado se matar na prisão

Renata e o marido, padrastro de Rafaela, morta com sinais de violência pelo corpo, foram detidos, mas já foram postos em liberade

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Renata e o marido, padrastro de Rafaela, morta com sinais de violência pelo corpo, foram detidos, mas já foram postos em liberade

A balconista Renata Dutra de Oliveira, 23, mãe de Rafaela Dutra de Oliveira, 3, morta em fevereiro do ano passado supostamente por espancamento, tentou se matar no presídio Irma Irmã Zorzi, em Campo Grande, onde ficou detida por ao menos três meses. Ela foi acusada de maltratar a criança junto com a marido Handerson Cândido Ferreira, 25, padrasto de Rafaela.O casal está solto.

Durante depoimento em audiência na tarde desta segunda (21), na 1ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri, a psicóloga do presídio, contou que por diversas vezes, Renata bateu a cabeça contra parede da cela.

Ela ficou presa em cela isolada para evitar qualquer tipo de represália por parte das outras detentas.

De acordo com o advogado de defesa, Edison Costa da Fonseca, Renata encontra-se em Campo Grande. Já Handerson que também responde em liberdade, atualmente mora em Coxim.

Outro depoimento importante foi o de um primo de segundo grau da acusada, que morou na casa até um mês antes do crime. Ele contou perante o juiz Carlos Alberto Garcete, que morava na casa sozinho, e posteriormente, Renata que veio do estado de São Paulo, foi morar na casa por direito de herança.

Inicialmente, moravam ela, a criança e o pai de Rafaela que se chama Diogo. Os dois separaram-se e logo depois Renata conheceu Handerson que foi morar lá. “Em um mês ela colocou o Handerson lá, no primeiro dia ele chegou ‘manso’, no segundo dia queria mandar”.

O primo de Renata não soube informar se os dois eram usuários de drogas, mas contou que Handerson não trabalhava e no local havia muita “cervejada e farra”.

Em relação ao tratamento com a filha, o primo contou que nunca viu ninguém “batendo” na criança. As punições que ela eventualmente dava a criança eram castigos. Ele realçou que a menina era bem cuidada, na qual não lhe faltava como por exemplo nenhum tipo de refeição. “Fui morar de aluguel, discuti com o Handerson”, contou.

Julgamento

A Justiça aguarda o depoimento do pai e irmã de Renata, no próximo dia 22 de março na cidade de São Paulo-SP. Após o depoimento dos dois será marcado a audiência com Renata e Handerson.

Após o depoimento da mãe e padrasto da pequena vítima, será analisado todas as provas. Depois de todo esse procedimento, a justiça decidirá se os dois vão a júri popular.

Caso Rafaela

No domingo, dia 28 de fevereiro de 2010, por volta das 7 horas, a menina foi levado para a Santa Casa. Handerson, o padrasto, teria ido até uma padaria onde Renata, a mãe, trabalhava de balconista. Ele, desempregado e sem profissão definida, disse a ela que a criança estava passando mal.

O casal retornou para a casa e a mulher disse ao marido que procurasse ajuda de um vizinho com carro para conduzir Rafaela ao hospital. E a balconista retornou para a padaria como “se nada tivesse acontecido”, segundo a delegada Regina Mota. Meia hora depois a criança morreu no hospital.

Tanto o padrasto quanto a mãe tentaram dizer a polícia depois que a criança tinha caído numa banheira da casa, versão não acatada logo de início.

Os dois foram detidos e podem responder por maus tratos seguido de morte, e também por homicídio, crimes que podem motivar a pena máxima, isto é, 30 anos de prisão para cada um dos implicados. A casa onde morava a criança, segundo testemunhas, era frequentada por consumidores de droga.

Exame necroscópicos indicam que a menina sofreu graves agressões, principalmente na cabeça, entre 12 e 36 horas antes de levada para o hospital.

A chefe da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Regina Márcia Mota, que conduziu o inquérito, presumiu que a criança foi surrada com socos pelos pais.

No dia 10 de fevereiro, por exemplo, um boletim de ocorrência registrado na DEPCA, já indicava que a criança sofria maus tratos dentro de casa, no bairro Amambai.

A delegada disse ter achado na casa vestígios de vômito e fezes da criança, indícios de que a menina sofreu bem antes de morrer no hospital.

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