Liga Árabe e Egito declaram apoio a rebeldes anti-Kadhafi na Líbia

A Liga Árabe e o Egito declararam apoio aos rebeldes da Líbia nesta segunda-feira (22), depois que os defensores do regime do ditador Muammar Kadhafi foram obrigados a se abrigar em poucas bases restantes na capital, Trípoli, após a chegada de tropas rebeldes à cidade. “O chefe da Liga Árabe, Nabil Elaraby, oferece sua total […]

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A Liga Árabe e o Egito declararam apoio aos rebeldes da Líbia nesta segunda-feira (22), depois que os defensores do regime do ditador Muammar Kadhafi foram obrigados a se abrigar em poucas bases restantes na capital, Trípoli, após a chegada de tropas rebeldes à cidade.

“O chefe da Liga Árabe, Nabil Elaraby, oferece sua total solidariedade aos esforços em andamento sob a liderança do Conselho Nacional de Transição”, disse a Liga, sediada no Cairo, em comunicado.

Essa foi a primeira vez que a organização reconheceu formalmente o conselho rebelde. O Egito também disse que apoia a nova liderança líbia.

“O Egito reconheceu o novo sistema da Líbia e seu líder legítimo representado pelo Conselho Nacional de Transição da Líbia”, disse o chanceler Mohamed Kamel Amr em comunicado.

Amr disse que as premissas do representante permanente líbio na Liga Árabe agora serão entregues ao conselho rebelde.

A Liga Árabe havia suspendido a Líbia depois que forças leais a Kadhafi iniciaram uma violenta repressão contra os rebeldes que iniciaram manifestações contra o regime em meados de fevereiro.

Posteriormente, a Liga apoiou a implantação de uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia imposta por potências ocidentais, uma medida histórica levando em conta a oposição árabe à invasão do Iraque em 2003 liderada pelos EUA.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse em pronunciamento que a era Kadhafi chegou ao fim e pediu que o coronel abandone o poder para evitar um “banho de sangue”. Líderes europeus também apoiaram os oposicionistas.

O governo brasileiro afirmou que ainda não decidiu se vai reconhecer o conselho, segundo o Itamaraty.

O paradeiro de Kadhafi continua sendo desconhecido, segundo os rebeldes. A Casa Branca afirmou que há indícios de que ele continua em Trípoli. Três de seus filhos foram capturados pelos rebeldes, mas um deles teria conseguido escapar, com ajuda de homens fiéis ao regime.

Segundo o líder do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafah Abdel Khalil, alguns setores da capital ainda não estão sob controle dos insurgentes, incluindo o que abriga a casa-fortaleza do coronel líbio.

“Espero que ele seja capturado vivo, para que receba um julgamento justo”, disse o líder rebelde em Benghazi, capital dos rebeldes no leste da Líbia.

Em Trípoli, os rebeldes chegaram à Praça Verde – lugar simbólico no qual os partidários do regime costumavam reunir-se – e a rebatizaram como “Praça dos Mártires”.

Os rebeldes também controlaram a sede da televisão estatal, que não transmitiu sua programação diária, afirmou o porta-voz militar da rebelião, Mohamed Zawiwa.

Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, esperam que a ofensiva conduza a uma rápida vitória, mais de seis meses depois do início dos protestos populares contra Kadhafi dentro do que ficou conhecido como “Primavera Árabe”, que já derrubou os presidentes do Egito, Hosni Mubarak, e da Tunísia, Ben Ali.

Em Benghazi, dezenas de moradores de habitantes tomaram as ruas da “capital” dos rebeldes no leste da Líbia para celebrar o fim do regime.

Apesar do sucesso aparente dos rebeldes, o porta-voz do regime, Mussa Ibrahim, afirmou que “o regime continua sendo forte e milhares de voluntários e soldados estão prontos para a batalha”.

De acordo com ele, 1.300 pessoas morreram nas últimas 24 horas em Trípoli, mas não foi possível confirmar o balanço.

O presidente venezuelano Hugo Chávez, estreito aliado de Kadhafi, criticou no domingo os governos da Europa e Estados Unidos que segundo ele “estão demolindo Trípoli com suas bombas”.

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