Lei que autoriza queima da cana deve gerar protestos de ambientalistas em Dourados
O projeto que está na Câmara autoriza a queima dos canaviais deitados por ventanias. Ativistas acreditam que reação será grande, pois queimada já foi prorrogada “na surdina” por vereadores cassados na Uragano.
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
O projeto que está na Câmara autoriza a queima dos canaviais deitados por ventanias. Ativistas acreditam que reação será grande, pois queimada já foi prorrogada “na surdina” por vereadores cassados na Uragano.
A iminente aprovação de uma lei que permitirá a volta da queima da palha da cana-de-açúcar, proibida desde 31 de dezembro do ano passado, coloca ativistas em alerta em Dourados. O projeto de lei de autoria do Poder Executivo já está na mesa do presidente da Câmara Idenor Machado (DEM) e deverá entrar na pauta da sessão ordinária desta segunda-feira (2) em regime de urgência.
O CRDP (Comitê Regional de Defesa Popular) publicou um manifesto no final da tarde de sábado onde alerta a população sobre o fato e convoca ambientalistas, sindicalistas e lideranças comunitárias para participar da sessão para pressionar os vereadores a rejeitar o projeto de Murilo.
No manifesto o Comitê Popular afirma que “o assunto é polêmico até porque no ano de 2010 alguns vereadores que já foram caçados no ano de 2011, aprovaram na surdina uma alteração que prorrogava até o final do ano de 2010 a queima da cana que em Dourados.”
Ronaldo Ferreira, coordenador do Comitê afirmou que “segundo informações obtidas na época, nas reuniões com os vereadores e as entidades de classe, o intuito desta alteração na lei era simplesmente para privilegiar alguns plantadores de cana que estavam com suas plantações deitadas”.
No projeto que Murilo enviou para a Câmara consta que poderão queimados os canaviais que estão “deitados” ao chão por causa das ventanias e estão impedidos de serem colhidos por máquinas.
O secretário de Governo José Jorge Filho, o “Zito”, afirmou que a lei vai evitar que os produtores de cana-de-açúcar não sofram prejuízos financeiros por causa de fenômenos da natureza. O projeto segundo ele vai permitir a queima em qualquer época desde que seja registrada uma intempérie como ventos, chuvas de granizo entre outros.
O projeto que deverá ter apenas uma votação assinala que os produtores de cana terão que pedir autorização para a queima junto ao IMAM (Instituto de Meio Ambiente de Dourados).
Mesmo com a aprovação da lei, o projeto prevê que somente depois da autorização ambiental é que a queima poderá ser feita para possibilitar a colheita manual da cana-de-açúcar.
O Comitê Popular não aceita a alteração na lei e promete protestar para que crimes ambientais não sejam praticados para beneficiar apenas os produtores enquanto que a população ficará os problemas gerados pela queima da palhada da cana.
Ronaldo Ferreira disse que “Informações de técnicos são unânimes em dizer que a cana mesmo tanto perfilada é possível ser cortada de forma mecânica e que não há necessidade que se autorizem ou se mudem a lei permitindo a queima da palha”.
O coordenador do Comitê acrescenta que “estudo técnico apresentado pelo Ministério Público Federal é claro em dizer que a pratica das queimadas é prejudicial à agricultura, à saúde, humana e aos demais seres vivos, pois deixa o solo nu; aumenta a erosão; destrói a matéria orgânica do solo, diminuindo a sua fertilidade e a produtividade das lavouras; provocando crescimento exagerado de pragas, o que leva ao uso intensivo de agrotóxicos e gera aumento de despesas públicas no tratamento de moléstias causadas pela fuligem da queima.”
O presidente da Comissão de Meio Ambiente e Obras da Câmara, vereador Elias Ishy (PT) disse que o prefeito deveria antes de mandar o projeto para votação proporcionar uma ampla discussão sobre o assunto. Ishy que também é o presidente da Comissão de Constituição e Justiça disse que o projeto deveria passar pelas duas comissões que preside antes de ir para a votação.
“É de fundamental importância que este projeto de lei seja debatido entre ambientalistas, o Comitê de Defesa Popular e no âmbito do COMDAM (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente)”, disse o vereador em 2009 encabeçou o movimento para eliminar a queima da cana no município de Dourados.
Murilo disse a um ambientalista que reconhece a polêmica em torno do projeto mas deixa a cargo dos vereadores a decisão. Ao ambientalista, Murilo teria dito que ao mandar o projeto Câmara segue o rito da democracia. Isso não é o que pensam ambientalistas que prometem reagir contra o projeto.
Antes de completar os primeiros noventa dias no poder, o prefeito Murilo Zauith (DEM) pode provocar o primeiro grande enfrentamento popular da administração ao propor uma lei considerada por ambientalistas como “retrocesso”.
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Com feira de adoção e desfile de pets, ação em shopping de Campo Grande reforça combate ao abandono animal
Evento foi realizado no shopping Bosque dos Ipês, na tarde deste sábado (14)
Grupo especializado em roubo de camionetes é ligado a facção e usava codificador de chaves
Investigações mostram que ordens de furtos vinham de presídio de Mato Grosso
Lula segue internado e fará exames de sangue, diz boletim médico
Alta está prevista para a próxima semana
Banco Central leiloará US$ 3 bilhões na 2ªfeira para segurar o dólar
Dinheiro das reservas será vendido com compromisso de recompra
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.