O atual cenário da economia global – aumento internacional dos preços das commodities agrícolas, alta do petróleo puxada pela crise no Oriente Médio e, mais recentemente, a tragédia no Japão e a ameaça nuclear gerando mais incertezas quanto à recuperação mundial- exige do Banco Central um “esforço analítico redobrado”, segundo o presidente Alexandre Tombini.

“A incerteza e a reconhecida complexidade do quadro atual da economia global não justificam uma passividade ou uma posutra puramente reativa”, disse.

Ele destacou que a dinâmica inflacionária brasileira vem sendo impactada por esses fatores, além de sofrer influência de fatores internos.

“Destaca-se também, por um lado, uma concentração atípica de choques nos preços administrados e nos preços de alimentos in natura. (…) Por outro lado, observamos também uma pressão de preços no setor de serviços”, disse.

“Ou seja, existem ainda elementos subjacentes que apontam para um descompasso entre as taxas de crescimento da oferta e da demanda”, falou.

Por isso, disse Tombini, é preciso lançar mão dos instrumentos convencionais de política monetária para garantir o controle e a diminuição das pressões inflacionárias.

“Foi diante desse cenário que o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil aumentou a taxa básica de juros da economia em meio ponto percentual na sua última reunião, dando sequência ao processo de ajuste monetário com objetivo de convergência da inflação para o centro da meta, qual seja, 4,5% ao ano”, falou.

Portanto, para este ano, Tombini admite que a inflação acumulada em 12 meses tende “a permanecer em patamares mais elevados”, mas o presidente do BC defende que, no final de 2011, há uma “tendência declinante para a inflação, deslocando-se na direção da trajetória de metas”.