O governo do Japão cancelou temporariamente nesta quarta-feira (16) as missões de helicópteros que tentavam jogar água sobre os reatores da usina nuclear de Fukushima 1, seriamente afetada pelo terremoto e pelo tsunami da última sexta-feira (11).

De acordo com a rede de TV pública NHK, a missão foi adiada porque os níveis de radiação sobre o reator 3 foram considerados muito altos para esse tipo de operação.

As Forças de Autodefesa (Forças Armadas) do Japão informaram que estão prontas a retomar os voos assim que as condições permitirem.

A companhia elétrica japonesa Tepco anunciou nesta terça-feira (15) que estudava essa alternativa diante da impossibilidade de utilizar os mecanismos habituais para resfriar os reatores.

Os altos níveis de radiação chegaram a forçar a retirada dos trabalhadores que tentam evitar o derretimento dos núcleos dos reatores na tarde desta quarta-feira (madrugada no Brasil). O grupo retornou ao local mais tarde, quando a usina foi considerada segura novamente.

Governo diz que não há risco imediato

O governo do Japão assegurou nesta quarta-feira (16) que o nível atual de radiação além do perímetro de 20 km já esvaziado ao redor da usina nuclear de Fukushima não representa “um risco imediato para a saúde”.

O porta-voz do governo, Yukio Edano, disse em entrevista coletiva que o nível de radioatividade entre 20 km e 30 km da central, área na qual foi pedido que os moradores permaneçam em casa e com as janelas fechadas, não tem efeito prejudicial direto.

Edano afirmou ainda que os responsáveis da usina continuam trabalhando “com todo o apoio dos setores relevantes” para tentar reduzir a temperatura dos reatores da central, onde nesta quarta-feira ocorreu um novo incêndio no edifício do reator 4 e foram vistas grandes colunas de fumaça procedentes do reator 3.