Interno de Unei sofre ataques sexuais; pai acha que filho vai deixar local ‘louco ou monstro’
Garoto de 13 anos de idade, abrigado na Unei de Três Lagoas desde os 12 anos de idade, teria sofrido ataques sexuais ao menos três vezes dentro da unidade criada para ressocializar menores infratores
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Garoto de 13 anos de idade, abrigado na Unei de Três Lagoas desde os 12 anos de idade, teria sofrido ataques sexuais ao menos três vezes dentro da unidade criada para ressocializar menores infratores
“Meu filho talvez vai sair de lá ou doido ou um monstro”. A declaração é de I.B., pedreiro, pai do interno F.S.B., 13 anos, que está na da Unidade Educacional de Internação (Unei) Tia Aurora, localizada em Três Lagoas.
A instituição já foi denunciada em 2008 por ocorrências de espancamento, tortura psicológica, choque elétrico nas celas, ameaça com armas, constrangimento ilegal de familiares, entre outros crimes.
I.B. é pai do adolescente, então com 12 anos, que foi levado para a Tia Aurora depois de recair sobre ele uma acusação de estupro contra uma jovem de 21 anos, porém um laudo diz que a suposta vítima não teria mantido relações sexuais no período apontado.
O tormento do pai e da madrastra de F., que tem problemas psicológicos, aumentou quando o pedreiro ficou sabendo por meio da mídia que seu filho sofreu abusos sexuais dentro da Unei e ele ou outro parente não foram comunicados do fato.
Um boletim de ocorrência (1043/2010), que está sob sigilo por se tratar de adolescente, demonstra que um agente sócio-educativo levou ao conhecimento da Polícia Civil de Três Lagoas o fato.
O pai afirma que depois que tomou conhecimento sobre a violência sexual contra o filho foi até a Unei e pediu esclarecimentos do diretor, mas ninguém confirmou o fato.
Só na delegacia da cidade ele teve certeza do que aconteceu, e pior: funcionários impediram que ele entrasse na unidade para tentar falar com o filho, que teria revelado a uma tia que se sente envergonhado depois dos três abusos sexuais.
Ele recusa ficar frente a frente com o pai e ter que dizer que foi estuprado por um outro interno, que tem 15 anos e está foragido.
O pai afirma que quando o filho foi levado para a Unei recebeu a garantia de que o menino ficaria em cela isolada, mas, na verdade, foi colocado em contato com outros, prova é a violência sexual cometida em setembro de 2010.
Depois que F. foi internado na Unei Tia Aurora, o pai diz que só foi permitido um contato com o filho na primeira semana, isto em julho de 2010.
Dois meses depois, o adolescente foi violentado três vezes, inclusive quando da terceira vez foi lavrado um boletim de ocorrência que detalha que o menor de 15 anos amarrou-o o de 12 anos com uma camiseta e fez uso de uma faca artesanal (chuchu) para ameaçar a vítima.
Denúncia
A denúncia do pai foi levada ao conhecimento do procurador geral do Ministério Público Estadual, Conselho Estadual dos Direitos da Criança e dos Adolescentes, Conselho Estadual dos Direitos Humanos e Ordem dos Advogados do Brasil- Seccional Mato Grosso do Sul.
Posteriormente, o caso será levado ao conhecimento da secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e também do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente).
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