Técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) estiveram em Corumbá nesta quinta-feira, 20 de outubro, para aferir e lacrar os taxímetros da frota que presta serviço de transporte remunerado de passageiros na região.

Os veículos foram submetidos a testes num trajeto de mil metros avaliando os valores gerados com a utilização das taxas aplicadas à bandeira 1 (destinada ao serviço diurno) e à bandeira 2 (serviço noturno). Depois de avaliados, os táxis eram encaminhados para um ponto em Corumbá onde outra equipe do Inmetro procedia a lacração dos taxímetros.

Márcio André Iamaura, técnico metrológico, destaca a importância do uso do dispositivo que calcula o preço da corrida de acordo com o trecho percorrido. “A população tem que exigir que o taxímetro seja ligado. O uso dele fornece um valor justo tanto para o passageiro quanto para o ”, ressaltou ao lembrar que os profissionais que não compareceram à aferição receberão como punição um auto de infração que implica numa multa com valor mínimo de 400 reais, além de submeter posteriormente o veículo ao mesmo processo de avaliação. “A multa não o dispensa de levar o carro para a aferição do taxímetro”, frisou.

Ele lembrou que o Inmetro autoriza determinadas oficinas da cidade a realizarem a manutenção no equipamento. “Se for necessária a manutenção, o mecânico é obrigado a colocar o lacre da oficina dele até a próxima vinda da equipe do Instituto à cidade”, lembrou.

Mudança de comportamento

Há quase 40 anos na profissão, o taxista Manoel Dos Santos Filho submeteu o equipamento do seu veículo ao teste e disse que o uso do taxímetro otimiza o trabalho do profissional, mas lembrou que o consumidor em alguns casos se recusa a usá-lo . “Existem clientes que não aceitam o taxímetro. O taxímetro ajuda a gente, além de ser a lei que temos que cumprir”, disse.

O taxista que aceita a proposta do cliente em não fazer uso do taxímetro, está agindo fora da conformidade, conforme frisou o presidente do Sindicato dos Taxistas de Corumbá, Iraílton Oliveira Santana

“A população de Corumbá ainda está com aquele negócio de que é ‘meu amigo’, mas quem perde com isso é o usuário. O taxímetro demonstra a seriedade do serviço. Quem não for bem atendido, que não receber o serviço padrão com o uso do taxímetro, procure o sindicato, a Agetrat (Agência Municipal de Trânsito e Transporte de Corumbá) para denunciar porque essa pessoa vai ser punida”, disse ao destacar que a numeração implantada recentemente na frota ajuda neste controle.

“Todos os carros têm uma numeração de alvará. Antigamente, o usuário descrevia apenas a cor e o modelo do carro e não sabíamos como identificar o taxista. Para denunciar, basta dizer a hora que ocorreu o fato e o número do carro”, lembrou.

Iraílton afirmou que o Sindicato irá entregar à Agetrat uma lista contendo a relação de todos os táxis que foram inspecionados nesta quinta-feira. Nela, também constarão os veículos que não passaram pela aferição do Inmetro. A atitude, segundo ele, é para ajudar os órgãos competentes na fiscalização. De acordo com Iraílton, a frota atual de Corumbá conta com 92 carros, enquanto a de Ladário, 20.

Fiscalização

O diretor-presidente da Agetrat, Gerson Moraes, disse ao Diário que a fiscalização está ocorrendo de forma conjunta, entre os fiscais de transportes da Agência e os guardas do Grupamento de Trânsito da Guarda Municipal. “De forma constante, estamos na fronteira e na rodoviária. Temos ainda 4 fiscais avulsos que percorrem os variados pontos da cidade”, falou ao afirmar que o grande aliado na fiscalização é o usuário.

“Só podemos notificar diante da solicitação do usuário ou então ao constatar que há passageiros no veículo com o taxímetro desligado”, lembrou. Ele destacou que a Agetrat disponibiliza uma tabela de referência de preços para os usuários de táxis na cidade. São valores que servem como parâmetro para avaliar o quanto é cobrado em cada corrida.

“No cotidiano, esses valores podem variar, conforme a velocidade, o trânsito que se encontra. O que não pode é haver uma diferença muito grande. Antes dessa tabela, tínhamos o conhecimento de profissionais que praticavam o valor entre 40 e 50 reais numa corrida entre a fronteira e a rodoviária”, disse.

A tabela está disponível para a população na sede da Agência, localizada na rua Colombo, entre as ruas Firmo de Matos e Luiz Feitosa Rodrigues.