Índios ocupam novamente área de conflito em Tacuru

Funai ainda não conseguiu localizar a ocupação, que ocorre na mesma região que já foi cenário de confronto violento pela posse da terra

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Funai ainda não conseguiu localizar a ocupação, que ocorre na mesma região que já foi cenário de confronto violento pela posse da terra

Desde a madrugada de ontem (08), um grupo que reúne pelo menos duas “famílias extensas” (incluindo parentes, agregados e amigos) da etnia guarani kaiowá está ocupando uma área da Fazenda Margaria, no município de Tacuru, limite com Iguatemi, no sul do Estado.

A coordenadoria regional da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Ponta Porã designou uma equipe para checar a situação, mas os técnicos ainda não conseguiram localizar as famílias. “Hoje ainda não conseguimos nem contato por telefone”, disse o assistente técnico Thiago Cavalcante, responsável pela equipe que está em campo.

Esta é a terceira vez que os índios ocupam a área, de onde foram retirados com violência em 2003 e 2009. Há cerca de 10 anos a Funai realiza estudo na área e, de acordo com um dos representantes do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) em Dourados, Egon Heck, a ocupação acontece como última forma de pressão para que seja solucionado o conflito.

“O que se está colocando é o questionamento pela não publicação dos relatórios de identificação, que já devem estar concluídos. Já houve promessas, vários prazos, mas eles [os índios] não acreditam mais em promessas e por isso querem esperar a solução dentro da sua terra tradicional”, argumenta o indigenista.

O integrante do Cimi defende ainda que haja solução imediata para os conflitos de terra na região. “No encontro com o Conselho Nacional de Justiça, em Dourados, ficou constatado que o momento exige a solução dessas questões, como o reconhecimento e demarcação das terras indígenas e a indenização a quem recebeu do governo os títulos de propriedade”, avalia.

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