Índios afirmam que bloqueio na BR-163 será mantido por tempo indeterminado

Após negociação com representantes da Funai, ficou decidido que os terena irão até Brasília para uma reunião no órgão; porém, eles permanecem bloqueando a rodovia para cobrar agilidade no processo de demarcação de terras

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Após negociação com representantes da Funai, ficou decidido que os terena irão até Brasília para uma reunião no órgão; porém, eles permanecem bloqueando a rodovia para cobrar agilidade no processo de demarcação de terras

Após a negociação com representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio), os índios terena decidiram desbloquear a BR-163, na região de Jaraguari, por 20 minutos. Mas, após isso, voltarão a obstruir a passagem de veículos na rodovia por tempo indeterminado.

Há pouco, os índios tiveram uma conversa com o coordenador Regional da Funai, Edson Fagundes, e o Chefe do Serviço de Monitoramento Ambiental e Territorial do órgão, Ricardo Araújo.

Durante a conversa, os índios exigiram uma reunião na segunda-feira (23), com a Funai em Brasília/DF, e a ida de 45 representantes dos indígenas para a capital federal. Essa exigências foram atendidas e a Funai de MS entrou em contato com o órgão em Brasília para marcar a reunião. Os representantes da Funai em MS informaram que irão disponibilizar um ônibus para vinte representantes dos índios irem até Brasília.

Porém, o cacique Jânio Reginaldo e representante do Córrego do Meio, Antônio aparecido, afirmaram que não há data para desbloquear completamente a rodovia. Eles ainda exigem a formação de um grupo de trabalho para a demarcação de terras na região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti que já foram reconhecidas pelo governo federal como território indígena.

O caso

Em 2001, os 17.200 hectares ña região de Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti foram reconhecidos pelo governo Federal como terra indígena. Porém, na atualidade, 5 mil índios vivem em 2,1 mil hectares de terra que já foram assegurados pela União. Os índios reivindicam 17 mil hectares que ainda estão na posse de fazendeiros.

Após a publicação do relatório de identificação de terra indígena, os fazendeiros propuseram uma Ação Declaratória na Justiça Federal de Campo Grande solicitando a nulidade da identificação antropológica, fato que fez com que a demarcação ficasse paralisada.

Porém, em 2010, o Tribunal Regional Federal reconheceu os direitos territoriais dos Terena nos 17 mil hectares da região. Com isso, foi publicada a portaria declaratória com os limites da terra indígena Buriti pelo Ministério da Justiçã. Mas, até o momento, devido à falta da demarcação de terras, os índios não puderam ocupar o local.

Ocupação

No dia 10 de maio, os indígenas acamparam na Fazenda 3R, em Sidrolândia, no território de 17 mil hectares reivindicado por eles. Na segunda-feira a Justiça Federal determinou a saída dos indígenas do local.

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