Hepatites mataram mais de 20 mil pessoas no Brasil em uma década

Em uma década, as hepatites virais mataram mais de 20 mil pessoas no Brasil. De 2000 a 2010, foram registradas 20.771 mortes causadas diretamente pelos cinco tipos de hepatite (A,B,C,D e E). Mais de 70% delas foram provocadas pela hepatite tipo C, a mais agressiva, o equivalente a 14.873 mortes. Os dados constam boletim sobre […]

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Em uma década, as hepatites virais mataram mais de 20 mil pessoas no Brasil. De 2000 a 2010, foram registradas 20.771 mortes causadas diretamente pelos cinco tipos de hepatite (A,B,C,D e E). Mais de 70% delas foram provocadas pela hepatite tipo C, a mais agressiva, o equivalente a 14.873 mortes.

Os dados constam boletim sobre a doença do Ministério da Saúde, divulgado hoje (28), Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais.

Em 2000, foram constatadas 340 mortes por hepatite C, contra 1.932, em 2010, um acréscimo superior a 460%. Dos mais de 14 mil óbitos causados por esse tipo da doença nos últimos dez anos, quase 60% ocorreram na Região Sudeste, o equivalente a 8.672. Os homens são a maioria das vítimas.

A hepatite B aparece em segundo lugar, responsável por 4.978 mortes no período analisado.

O levantamento do ministério constatou o registro de 307.446 casos de hepatites virais no Brasil, de 1999 a 2010. Os tipos B e C, juntos, respondem por 56,5%, 174.406 notificações. As regiões Sul e Sudeste concentram o maior número de casos da doença.

A transmissão ocorre pelo contato com sangue ou secreções contaminadas pelo vírus, por exemplo, durante a relação sexual sem o uso de preservativos e objetos cortantes, como alicate de unha e equipamentos usados em tatuagem e piercing.

A hepatite A respondeu por 130. 354 casos (42%). É transmitida pelo contato com água e alimentos contaminados. Por ter uma forma de contágio diferente das outras, concentra-se nas regiões Nordeste e Norte, onde há escassez de redes de esgoto e água encanada. As crianças menores de 13 anos são as mais atingidas. Elas compreendem 68,7% dos casos identificados de 1999 até 2010. As hepatites D e E têm menor incidência no país, com1.812 e 874 casos, respectivamente.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, apesar dos altos números, a prevalência da doença é considerada de baixa a intermediária no Brasil em comparação com outros países.

Para conter o avanço da doença, o governo federal mudou as regras para o tratamento da doença na rede pública, o que permite o prolongamento da terapia. A partir de agosto, serão disponibilizados testes rápidos, com capacidade de diagnosticar a hepatite em 30 minutos. Atualmente, o resultado demora cerca de 15 dias.

Em 2011, a vacina contra a hepatite B foi ampliada para jovens com até 24 anos. No ano que vem, a faixa etária passará para até 29 anos.

O ministro alertou que a população deve começar a prevenir a doença dentro de casa, evitar o uso comum de objetos, como lâmina de barbear ou alicate de unha.

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