Governo espanhol admite derrota em eleição marcada por protestos

Os socialistas do chefe de governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, sofreram neste domingo (22) um duro golpe nas eleições locais, vencidas pelo opositor Partido Popular (PP), com quase 10 pontos de vantagem. Com quase a totalidade dos votos apurados, o PP conseguiu 37,58% dos votos contra 27,81% dos votos obtidos pelos socialistas, que nas […]

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Os socialistas do chefe de governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, sofreram neste domingo (22) um duro golpe nas eleições locais, vencidas pelo opositor Partido Popular (PP), com quase 10 pontos de vantagem.

Com quase a totalidade dos votos apurados, o PP conseguiu 37,58% dos votos contra 27,81% dos votos obtidos pelos socialistas, que nas eleições anteriores de 2007 tinham ficado com 34,92% dos votos.

Reagindo à derrota, Zapatero admitiu um retrocesso “muito grande” do Partido Socialista nas eleições municipais e regionais e considerou “razoável esperar que o PSOE recebesse hoje um castigo nas urnas”.

“Era razoável esperar que o PSOE recebesse hoje um castigo nas urnas, assumimos isso e entendemos”, reconheceu Zapatero, que descartou antecipar as eleições gerais, previstas para março de 2012, devido ao resultado ruim.

Mais de 34 milhões de espanhóis foram às urnas neste domingo para eleger 8.116 prefeitos e cerca de 68.400 vereadores, além de 824 deputados dos parlamentos de 13 das 17 comunidades autônomas espanholas.

A derrota é mais sensível para os socialistas pelo fato de terem perdido nas eleições para vereadores em duas cidades talismãs, uma delas Barcelona, em que os socialistas governavam desde 1979 e onde neste domingo os nacionalistas derrotaram o catalães do CiU.

O PSOE também perdeu Sevilha, capital andaluza e berço do socialismo moderno espanhol, onde o PP foi a formação mais votada.

Revoltados com a crise econômica, dezenas de milhares de espanhóis estão nas ruas desde a semana passada, ocupando praças nas principais cidades espanholas, onde exigiram uma “democracia real”, por considerar que o PSOE e o PP, os dois grandes partidos espanhóis, não os representam.

Atingidos pela forte crise econômica e por uma taxa de desemprego de 21%, que sobe aos 44% entre os menores de 25 anos, dezenas de milhares de jovens voltaram a se reunir na noite de sábado na Praça Porta do Sol de Madri, onde já estão há uma semana acampados realizando diversos debates e assembleias nos quais discutem suas propostas.

Neste domingo, os manifestantes decidiram permanecer nas ruas por pelo menos mais uma semana.

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