Giroto defendeu Pagot, ex-diretor do Dnit, em comissão de fiscalização no Congresso

Homem de confiança de Puccinelli, o ex-secretário que controlava obras no MS, inclusive as do sofrível Fundersul, defendeu acusado de corrupção

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Homem de confiança de Puccinelli, o ex-secretário que controlava obras no MS, inclusive as do sofrível Fundersul, defendeu acusado de corrupção

“Eu gostaria, Dr. Pagot, a agradecer o senhor pelo despreendimento e pela seriedade com que o Sr trata o assunto. O Sr se colocou a serviço dessa Casa para esclarecer essas inverdades que foram ditas, não só do Sr, mas também do ministro, faz com que a sua explicação, o seu gesto no Senado e na Câmara traz com consciência e responsabilidade o seu trabalho, que todos ou grande parte reconhece”. Essa foi a primeira frase de apoio e saudação feita pelo deputado Giroto, do PR/MS, a Luiz Antonio Pagot, ex-diretor geral do Dnit.

Depois do desfecho da crise, com a demissão de toda a cúpula do ministério dos Transportes e do Dnit, e mais 22 funcionários, um vídeo postado no site da Câmara dos Deputados, demonstrou claramente a disposição de Giroto em defender seus pares, criticando duramente os órgãos de controle e fiscalização do uso das verbas federais, como TCU e CGU.

Ao enaltecer seus 14 anos como secretário de Obras, na prefeitura de Campo Grande e do governo Puccinelli, no qual controlou a execução de obras federais glosadas enquadradas no item “Irregularidades Graves”, do TCU, Giroto não poupou meios nem argumentos na defesa de Pagot, principalmente no tocante aos aditivos contratuais, causa inicial da crise no ministério dos Transportes.

Segundo Giroto, “aditivo de obra, além de ele ser autorizados por lei, ele é uma prática para aumentar e melhorar as condições daquele projeto que, por ventura, não foi pensado ou contemplado na sua… na sua… na sua execu…na sua (sic), na sua elaboração”.

É justamente nesse ponto que Giroto se contrapôs a própria presidente Dilma Roussef, que mandou paralisar as obras do ministério para apurar seus custos, particularmente os dos aditivos. Em algumas obras os aditivos elevaram os prelos das obras acima R$ 933 milhões.

Depois de argumentar que a paralisação das obras pode travar o crescimento da infra-estrutura do país, Giroto criticou a Controladoria Geral da União. “Não pode a CGU, num ato inconsequente, dizer que o Dnit é um órgão aonde mora as incertezas, aonde tem as grandes falcatruas, sem ter dados ou ter julgado processos (sic)”.

Em outro trecho do depoimento de Pagot, quando o deputado Vanderley Macris pediu que o ex-diretor acusado de corrupção permitisse a quebra do seu sigilo financeiro, como havia prometido, Giroto interveio, abruptamente, para perguntar “isso aqui é uma CPI ?”.

Dias antes do escândalo da corrupção no ministério dos Transportes, Giroto chegou a propor a diminuição dos poderes de fiscalização do TCU e da CGU, através de emenda de sua autoria à Lei das Diretrizes Orçamentárias de 2012. Não conseguiu.

Veja o vídeo e as manchetes dos jornais sobre o caso.

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