Werner Alfred Gemperli, Walter Duailibi e Francisco Ilgenfritz foram intimados pelo MPF, que investiga suposta prática anticomercial da Servam em Mato Grosso do Sul. A empresa passa a receber R$ 203 mil por mês no HRMS.

A Funsau (Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul) aumentou em 12,5% o contrato de R$ 1,95 milhão que mantém com a Servan Anestesiologia e Tratamento da Dor de Campo Grande S/A.

Com o termo aditivo, publicado nesta terça-feira (27), a contratada passa a receber R$ 203.125,00 mensais nos próximos seis meses pelo serviço de anestesia no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.

A Servan, uma cooperativa formada por médicos anestesistas, está envolvida em um processo do Ministério Público Federal por suspeita de formação de cartel. A empresa é acusada há tempos de suposta prática anticomercial que monopoliza os serviços na especialidade médica.

Desde 2005, quando o então presidente da Santa Casa de Campo Grande, Arthur D’Avila Filho, foi afastado a pedido do MPF, a contratação dos anestesistas da Servan é questionada e foi considerada irregular por auditores do Denasus.

Na época, Arthur admitiu que a Servan impôs um valor mínimo para o contrato mensal, ou seja, segundo ele, queria receber mesmo sem prestar os serviços.

Em 2009, os anestesistas cooperados pararam de atender alguns hospitais e, novamente, a empresa foi acionada. Desta vez pelo MPE (Ministério Público Estadual), que pretendia investigar se houve infração com prejuízos à livre concorrência, ou se a empresa já representava domínio e monopólio de mercado.

Agora, com o Processo Administrativo 08012.002706/2009-25, representado pelo Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul, a SERVAN Anestesiologia e Tratamento de Dor de Campo Grande S/S foi novamente intimada a apresentar o faturamento da empresa em 2009, o total de tributos pagos naquele ano, a identificação completa de todas as empresas do mesmo grupo e dos administradores da Cooperativa.

Foram também intimados para oitivas Werner Alfred Gemperli, Walter Duailibi e Francisco Ilgenfritz. Um deles, Werner, é quem assina os contratos com o HRMS. As intimações foram determinadas seguindo recomendações de uma nota técnica aprovada por Diogo Thomson Andrade, diretor do DPDE do MPF.

O valor global do contrato original que era de R$ 1.950.000,00 (um milhão novecentos e cinqüenta mil reais), somado ao Termo Aditivo, passou para R$ 2.193.750,00 (dois milhões, cento e noventa e três mil setecentos e cinquenta reais). Quem assina pela Funsau é o diretor do Hospital Regional, Ronaldo Perches de Queiroz.