O presidente da Fiems, Sérgio Longen, encerrou, neste domingo (04/12), a 2ª edição do Fito (Festival Internacional de Teatro de Objetos) em Mato Grosso do Sul com público de 15 mil pessoas nos três dias do evento – sexta-feira (02/12), sábado (03/12) e domingo (04/12) – promovido pelo Sesi no Centro de Convenções e Exposições Albano Franco, em Campo Grande. “Realizamos no ano passado e conseguimos trazer o Festival novamente neste ano com a novidade de conseguir oportunizar a presença de quase 300 pessoas das comunidades carentes dos bairros Jardim Noroeste, Dom Antônio Barbosa, Coophavila 2, Nova Lima e Los Angeles, entre crianças, adultos e idosos”, informou.

Sérgio Longen acrescenta que em outubro o Sistema Fiems realizou a 3ª edição da Meia-Maratona Internacional do Pantanal Volta das Nações e, agora em dezembro, promove o Fito. “São dois grandes eventos, um esportivo e outro cultural, que demonstram a consolidação do setor industrial em Mato Grosso do Sul. Com o avanço das indústrias, cada vez mais podemos promover ações nas áreas de esporte, cultura e cidadania”, garantiu. 

Ele reforça que para o próximo ano ainda não está garantida a 3ª edição do Fito no Estado, mas pretende trabalhar nesse sentido. “São 26 Estados e mais o Distrito Federal disputando a oportunidade de receber esse Festival, o que torna difícil fechar com tanta antecedência a presença desse evento em Mato Grosso do Sul em 2012. No entanto, vamos trabalhar para que seja possível trazer o Fito no mês de dezembro do próximo ano como um presente de Natal para Campo Grande”, pontuou.

A idealizadora do Fito, Lina Rosa, destacou que a semente do evento foi plantada em Campo Grande no ano passado e neste ano já foi possível quase dobrar o público. “Lotamos todas as salas como uma demonstração de que a cidade abraçou o projeto, desde os moradores mais novos até os mais idosos. Por isso, queremos muito voltar em 2012, pois a população entendeu a ideia de teatralizar os objetos, que é uma coisa natural do ser humano quando criança, mas que desaparece quando adulto”, analisou. 

Comunidade

No sábado (03/12) e domingo (04/12), a Fiems levou ao Albano Franco quase de 300 moradores dos bairros Jardim Noroeste, Dom Antônio Barbosa e Coophavila 2, Nova Lima e Los Angeles para assistirem as apresentações do Fito, que se caracteriza pela utilização de objetos produzidos pela indústria nas apresentações de 13 grupos teatrais do Brasil, Bélgica, Argentina, Espanha, França, Holanda e Itália. Para a presidente da Associação de Moradores do Bairro Coophavila 2, Maria Bernadete de Carvalho Gauto, a Fiems cumpre com êxito sua função de responsabilidade social. “Uma iniciativa como essa deve ser aplaudida, pois leva cultura de graça para a população de nossa cidade. Nossas crianças são carentes de informação e precisam ser despertadas para o que existe de novo e curioso”, disse.

Já o presidente da Associação de Moradores do Bairro Dom Antônio Barbosa, Rubens Honório Alcântara, garante que foi possível notar a felicidade nos olhares das crianças que tiveram a oportunidade de acompanhar os espetáculos do Fito. “Não tenho dúvidas que essa ação atesta mais uma vez a importância de inserirmos cultura na vida dos jovens. É preciso conhecer novos horizontes e abrir espaços para o novo e inesperado”, ressaltou. Segundo a presidente da Associação de Moradores do Bairro Los Angeles, Maria Diva da Silva, com essa iniciativa de levar cultura e lazer para a população mais carente, a Fiems desempenha seu papel na sociedade. 

“Muitos não têm fácil acesso a cultura e ao lazer, mas através dessas iniciativas as crianças podem participar, além disso, o que elas levam de mais rico aqui é o conhecimento”, afirmou Maria Diva. O presidente da Associação de Moradores do Bairro Jardim Noroeste, Carlos Henrique Faustino Rosa, destacou que atividades como essa que envolvem educação e cultura são de grande relevância. “Ao assistir as peças teatrais os adultos lembram dos tempos de infância e as crianças se despertam para novas ideias”, pontuou. 

Felicidade

Com os olhos sempre atentos a cada movimento dos objetos manipulados pelos artistas, as crianças da periferia da cidade não disfarçavam a felicidade de assistir pela primeira vez a uma peça teatral. “É impossível se distrair e não entender cada movimento que o ator fazia com os objetos. É tudo totalmente diferente de algo que podia imaginar que iria ver um dia”, disse Anahi Vicente, 9 anos. Mariane Burguer, 11 anos, afirma que sua ansiedade foi contida com as boas gargalhadas que deu durante o espetáculo italiano Tic Tac. “Superou as minhas expectativas, pois nunca imaginei que pudesse me divertir tanto assinto uma peça que só tem um ator e não tem falas, mas que é como se os objetos falassem por todos”, declarou.

Para Eduardo Pereira, 11 anos, as apresentações foram uma grande surpresa. “É emocionante ver como que objetos podem transmitir tanta coisa ao mesmo tempo”, ressaltou. A dona Juracy Rosa Aguiar, 69 anos, que acompanhava os netos, sentiu-se uma criança novamente. “É como se voltássemos no tempo e pudéssemos sentir aquela mesma emoção e surpresa que uma criança sente”, afirmou. Uma tesoura que dá vida a um passarinho e um alicate que se transforma em homem são alguns dos personagens do espetáculo “Ter ou Não Ter”, que maravilhou Erick Eduardo da Silva, 9 anos. 

“Nunca tinha visto nada semelhante. Fiquei muito surpreso com o que vi e adorei participar”, disse Erick da Silva. Gabrieli de Araújo, 9 anos, atenta a todos os movimentos dos objetos, não disfarçou a alegria de assistir aos espetáculos. “São histórias contadas pelos objetos. É um modo diferente de enxergar as coisas”, pontuou. Eric Augusto Ventura, 9 anos, afirmou que o espetáculo lhe garantiu boas gargalhadas. “Não esperava que fosse tão divertido”, declarou.