Filme elogiado em Cannes reflete espírito das revoltas árabes

Um filme sobre uma mulher se levantando contra homens em um vilarejo no norte da África ganhou elogios no Festival de Cannes neste sábado, e alguns expectadores ficaram comovidos pelo fato de a produção expressar o espírito das revoltas da “Primavera Árabe” deste ano. Algumas pessoas, no entanto, vaiaram durante a lotada exibição de “The […]

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Um filme sobre uma mulher se levantando contra homens em um vilarejo no norte da África ganhou elogios no Festival de Cannes neste sábado, e alguns expectadores ficaram comovidos pelo fato de a produção expressar o espírito das revoltas da “Primavera Árabe” deste ano.

Algumas pessoas, no entanto, vaiaram durante a lotada exibição de “The Source”, dirigido por Radu Mihaileanu, e disseram a jornalistas depois que acharam a descrição da vida árabe simplista demais.

Mas a esmagadora maioria dos críticos presentes à plateia elogiaram a pertinência do filme em relação aos eventos ocorridos na vida real, dizendo que não ficarão surpresos se “The Source” conquistar um grande prêmio no festival.

O filme foi o último de 20 produções exibidas para a disputa do principal prêmio do festival. A cerimônia de encerramento ocorrerá no domingo, quando os prêmios serão anunciados, incluindo a Palma de Ouro para o melhor filme.

“Once Upon a Time in Anatolia” também foi exibido neste sábado. Trata-se de uma sutil análise sobre crueldade e traição pelo diretor Nuri Bilge Ceylan.

“The Source” começa declarando ser uma história fictícia no qual Leila, a linda porém irritadiça mulher do professor Sami, declara uma “greve de amor”, ou o fim qualquer ato sexual, até que os homens do vilarejo concordem em trazer a água de uma nascente localizada no alto de uma montanha.

Em um período de dificuldade econômica e desemprego, os homens sentam e tomam chá todos os dias, enquanto as mulheres carregam cargas pesadas por estradas íngremes.

Leila decide contrariar os homens quando uma amiga dela cai e perde um bebê. Ambos os gêneros entram em conflito, com consequências violentas. As mulheres contestam o valor da tradição sobre a mudança de costumes, enquanto clérigos conservadores tentam explorar as divisões no vilarejo.

Mihaileanu, um diretor francês nascido na Romênia, disse em entrevista coletiva que o filme era, em parte, reflexo das recentes revoltas na Tunísia e em todo o mundo árabe.

“Há uma grande esperança desde dezembro. Há esperança de liberdade, um forte desejo de se libertar daqueles que estão no poder e há a ideia de as pessoas decidirem seu próprio destino”, afirmou.

Ele acrescentou que a revolução nas ruas de Egito, Tunísia Síria e Bahrein ainda precisa ser igualada pela mudança de costumes nos lares.

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