Filme “A Chinesa” é a próxima exibição do Cinema Horror

O projeto Cinema (d)e Horror é uma parceria entre a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e exibe na próxima quarta-feira (31 de agosto) o filme “A Chinesa”, às 17h30, no anfiteatro no Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) da Universidade […]

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O projeto Cinema (d)e Horror é uma parceria entre a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e exibe na próxima quarta-feira (31 de agosto) o filme “A Chinesa”, às 17h30, no anfiteatro no Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A entrada é franca e o filme tem classificação de 16 anos e duração de 96 minutos.

“O filme “A Chinesa” do diretor Jean-Luc Godard traz experimentações audiovisuais que dão provas de que a forma precisa ser tão revolucionária quanto – ou mais – que o conteúdo, se deseja provocar no espectador uma reação que escape ao simples prazer em se presenciar um espetáculo”, explica Thiago Andrade, jornalista da coluna Caderno B, do jornal Correio do Estado e mediador do debate dessa sessão.

“Contudo, no filme de 1967, o cineasta francês prefere demonstrar a confusão que tomou conta dos jovens franceses pré-maio de 1968. Os cinco personagens que se reúnem em um apartamento, no qual podem discutir abertamente um pensamento de esquerda que prefere o maoísmo chinês ao marxismo-lenismo soviético, não sabem ao certo o peso de suas ações e, em meio à necessidade de agir, optam por um ato terrorista, uma escolha pela violência irresponsável”, explica o mediador.

“Godard se apropria de elementos de “Os demônios” de Fiodor Dostoéviski, do teatro brechtiano e da pop art para compor um trabalho que exalta a revolução enquanto satiriza o mundo contemporâneo no qual Deus jaz morto e é substituído por novas deidades como Mao e seu livro vermelho. O terror é a resposta violenta ao mundo absurdo que se anuncia e o suicídio de Kirilov – que em Dostoéviski prenuncia um homem-deus livre por suas escolhas – é a constatação de um horror íntimo, porém globalizado. Se por um lado, “A chinesa” trata de um momento histórico específico, os recentes eventos de revoltas globais o atualiza, questionando outra vez a finalidade das revoluções e os meios para chegar-se a elas”, finaliza Thiago.

O projeto Cinema d(e) Horror está em seu 4º ano, é coordenado pela professora doutora Rosana Cristina Zanelatto Santos, coordenadora da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propp) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e por Carol Sartomen, mestranda em Estudos de Linguagens da UFMS e professora do curso de Letras – Literatura Portuguesa da UFMS. Geralmente tem duas exibições mensais e conta com a participação de graduandos e mestrandos da área de Letras da UFMS ou convidados especiais para as exibições e debates de filmes que tratam da categoria “Horror” no plano das artes, contando também com a participação da sociedade campo-grandense.

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