Filha de superintendente ganha promoção no Dnit

Poucos dias antes de o ex-ministro dos Transportes, senador Alfredo Nascimento (PR), entregar sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff, a filha do superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) do Piauí, Sebastião Ribeiro, assumiu um cargo na Diretoria Executiva do órgão, em Brasília. A engenheira civil Thame de Castro Ribeiro foi […]

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Poucos dias antes de o ex-ministro dos Transportes, senador Alfredo Nascimento (PR), entregar sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff, a filha do superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) do Piauí, Sebastião Ribeiro, assumiu um cargo na Diretoria Executiva do órgão, em Brasília.

A engenheira civil Thame de Castro Ribeiro foi alçada à função de coordenadora-geral de Custos de Infraestrutura da direção do Dnit, responsável pela análise dos custos de projetos para a liberação de recursos.

O Dnit no Piauí firmou nos últimos anos contratos milionários com a Construtora Jurema, empreiteira que pertence à família do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), tio de Thame e cunhado do superintendente do órgão no Estado. Ribeiro foi indicado para o cargo pelo cunhado peemedebista.

De janeiro de 2009 até 30 de junho deste ano, a empreiteira recebeu pelo menos R$ 55,5 milhões do Dnit, sendo R$ 36 milhões somente em 2010 e R$ 5,5 milhões em 2011. No período, foi a segunda empresa com contrato com o Dnit-PI que mais faturou, ficando atrás apenas da Construtora Delta (R$ 112,9 milhões). Conforme registro na Junta Comercial, a Jurema está em nome de João Costa e Castro e Humberto Costa e Castro, irmãos do deputado.

O Dnit do Piauí divulgou nota em que afirma que o contrato com a Jurema se encerra em dezembro deste ano e a empresa tem um saldo a ser faturado de R$ 3,3 milhões, num total faturas de R$ 337,6 milhões. À reportagem, Ribeiro admitiu que assumiu o cargo de superintendente por indicação do deputado Marcelo Castro e confirmou que a construtora da família do cunhado venceu duas licitações durante sua gestão, iniciada há oito anos.

“Se a lei dissesse que, se eu fosse chefe, a empresa não poderia entrar (na concorrência), ou eu não aceitava (o cargo) ou a empresa não entrava”, disse. “Toda indicação de superintendente é uma indicação política. É uma coisa normal.”

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