Uma falha no processo de homicídio doloso – com intenção de morte, triplamente qualificado, fez com que o juiz da 1ª Vara de Crimes Contra a Vida desmembrasse o julgamento popular que deveria ocorrer na manhã de hoje, às 8 horas, no Tribunal do Júri, em Campo Grande. Ribamar Osório de Paiva, 49 anos, e Ezequiel Guimarães de Paula, 24 anos, são apontados como responsáveis pela morte do vigilante Pedro Eudes de Moura, que tinha 61 anos. O crime aconteceu no dia 17 de março do ano passado no bairro Santa Luzia – região oeste da Capital.
O advogado de Ribamar, Fernando Martins, alegou que não foi avisado em tempo hábil para montar as argumentações. O juiz substituto da 1ª Vara preferiu desmembrar o caso, alegando que houve falta de pronunciamento do magistrado anterior, Alberto Garcete de Almeida, e por conta disso, poderia haver “prejuízo” de uma das partes e a defesa do réu posteriormente poderia entrar com recurso para anular o resultado do julgamento. Precavendo de quaisquer tipos de problema posterior.
Com isso, Ezequiel está sendo julgado neste momento, onde é defendido pela promotora Maria Salete Marques. Enquanto o julgamento de Ribamar foi remarcado para a próxima quinta-feira (14), às 8 horas. Ambos estão presos pelo crime de homicídio, por conta de um mandado de prisão provisório. Ezequiel e Ribamar têm antecedentes criminais, tais como, roubo, furto e tráfico de drogas. E já chegou a ser julgado anteriormente pelos delitos.
Caso
Durante o período de investigação, a Polícia Civil descobriu que Pedro Eudes era conhecido no bairro por fazer denúncias contra traficantes da região. Ele trabalhava de vigilante e trafegava pela região em uma bicicleta. Com isso, os suspeitos armaram uma emboscada para matar a vítima.
Um dos principais problemas teria ocorrido pelo fato do vigilante denunciar traficantes das ‘bocas de fumo’ na Vila Dedé, segundo o relatório policial que consta nos autos. Por isso, os suspeitos ficaram a espera da vítima no período da madrugada, por volta das 3 horas.
Ribamar derrubou a vítima com um golpe de barra de ferro nas costas. Já no chão, ele foi esfaqueado pelo menos dez vezes por Ezequiel. Enquanto isso, Ribamar pegou o revólver do vigilante e efetuou dois disparos contra ele, sendo um no queixo e outro atrás da orelha. O vigia morreu no local.
Ezequiel e Ribamar são indiciados pelo crime de homicídio doloso – com intenção de morte, com três qualificadoras, sendo por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.