Evento do PAC é palanque para Giroto
Evento realizado na governadoria nesta segunda-feira (24) teve outros propósitos que não apenas a assinatura de contratos de construção de unidades habitacionais entre o governo do Estado, Caixa Econômica Federal, seis prefeituras de MS e Campo Grande, também contou com a presença de três pré-candidatos do PMDB à prefeitura nas eleições 2012. Simone Tebet compareceu […]
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Evento realizado na governadoria nesta segunda-feira (24) teve outros propósitos que não apenas a assinatura de contratos de construção de unidades habitacionais entre o governo do Estado, Caixa Econômica Federal, seis prefeituras de MS e Campo Grande, também contou com a presença de três pré-candidatos do PMDB à prefeitura nas eleições 2012.
Simone Tebet compareceu na condição de vice-governadora, Carlos Marun como secretário estadual de Habitação e das Cidades, outras autoridades estiveram presentes por terem base eleitoral nos municípios contemplados ou, como no caso do senador Waldemir Moka, participe nas emendas que destinaram o recurso ao Estado.
Giroto, no entanto, mostra-se desenvolto e disposto a tornar rotina o fato de acompanhar o governador, seu líder e padrinho político, nos futuros eventos que lhe permitam visibilidade pública. Por sua vez, o governador André Puccinelli demonstra, de maneira não tão sutil, que não admite interposições aos planos de permanecer no comando do Estado, principalmente vindas dos companheiros de partido ou de aliados.
Assim fez o governador na transferência do domicílio eleitoral da vice-governadora Simone Tebet, também pré-candidata a ser avaliada em pesquisa, que arrisca uma rejeição de parte de eleitores de seu reduto eleitoral, Três Lagoas, bem como coloca em risco a reeleição de sua sucessora, para intimidar os incautos com a força de sua tropa de choque ou do poder de fogo que possui.
E quando questionado sobre o prazo em que pretende apresentar o candidato oficial, André admite que não quer se precipitar. “Nós nos propusemos, o prefeito Nelson Trad Filho e eu, a fazer pesquisas quantitativas e qualitativas. Vamos reunir os seis candidatos, vamos mostrar a eles o método , quando for tudo consoante vamos fazer pesquisas neste final de ano. Se for necessário adentrar em 2012, isso não nos preocupa. […] todos tem a mesma prerrogativas, o povo é que vai dizer por pesquisas quem deva ser”, declara o governador.
É o prazo que Puccinelli precisa para colar a imagem do seu candidato, à sua. Dar-lhe visibilidade popular, permitir palanque para o seu candidato.
No bolso, a relação dos premiados
Giroto não é suficientemente claro em suas palavras, mas basta acuidade em ler entrelinhas para perceber que trabalha com a hipótese única de vir a ser o sucessor de Nelson Trad Filho no comando da Capital. “É um time que não perde eleição. Eu sou um democrata que sigo a orientação do meu partido, do governador que é meu líder político, do prefeito Nelsinho, do senador Moka, que é um grupo de pessoas que pretende e tem o mesmo objetivo, que é ter o candidato a prefeito. Vocês lembram em 2003 como foi? Era o deputado Moka, que hoje é o senador, o deputado Nelsinho, que hoje é o prefeito e o Giroto, que virou secretário. Nós sempre nos respeitamos e a partir do momento que teve o Nelsinho, já no mesmo processo de escolha quem tem hoje, fez com que ele fizesse uma administração boa, como está fazendo”, declara Giroto.
Dessa forma, como repetindo 2003, podemos aguardar a decisão que sairá das pesquisas tão aguardadas. Dos três candidatos ungidos pelo governador como pré-candidatos à eleição 2012, o resultado deverá obedecer a lógica dos gabinetes da governadoria: Marun permanece como secretário de governo, Simone candidata a senadora em 2014 e Giroto candidato oficial à prefeitura de Campo Grande.
Os aliados, figurantes
André não poupa usar os aliados para alcançar seus pretendidos fins. Foi assim com o próprio Giroto que usou do PR para evitar ciumeiras desgastantes dentro de seu partido à época (PMDB), conquistar a cadeira na Câmara Federal e retornar ao PMDB com a experiência de urna que lhe era cobrada.
Estabelecidos os rumos do projeto, cabe agora mais do que mostrar a força de um grupo que tem seu comando centralizado, agregar as forças aliadas. Até mesmo os arredios, com pequenas chances de conquistar a tão sonhada cadeira de Nelson Trad Filho, mas barulhentos o suficiente para causar baixas e alimentar a oposição petista, estão sendo vagarosamente assediados pelo governador, ainda a seu estilo. Colaboradores mantém o espaço que possuem, adversários perdem o pouco que têm. Assim pretende ampliar o leque de legendas e dar caráter plebiscitário às eleições.
PT maduro é o grande adversário
O Partido dos Trabalhadores, com a definição antecipada da candidatura do deputado federal Vander Loubet, mostra maturidade e projeto. Prorrogar a definição, permitir as prévias partidárias, seria permitir desgastes e dariam força aos desgostosos que caminhariam passo a passo com o candidato durante toda a campanha, como um fardo a ser carregado. Vander sai fortalecido e pode conquistar o objetivo pelo qual o partido almeja e luta há muito tempo, a prefeitura da Capital.
Escolhido o candidato e contando com a força da militância, o PT sai forte para as eleições 2012 e planta uma base sólida para a candidatura do ex-governador José Orcírio, ou à Dona Gilda ao senado em 2014.
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