O chefe do Comando Central dos quer que o Paquistão compartilhe um mapa que mostra suas instalações militares na região da fronteira com o Afeganistão, na esperança de que isso contribua para que não se repitam incidentes como o que resultou na morte de 24 soldados paquistaneses em novembro.

James Mattis, general dos Marines, disse em nota divulgada na segunda-feira que a principal lição deixada pelo episódio é que “precisamos melhorar a coordenação na fronteira, e isso exige um nível fundacional de confiança em ambos os lados da fronteira”.

Ele disse que o comandante das forças aliadas no Afeganistão, general John Allen, deveria desenvolver medidas para evitar incidentes de “fogo amigo”, e sempre que possível partilhar isso com os militares paquistaneses.

As ordens foram divulgadas no site do Comando Central, junto com um relatório de 30 páginas em que os militares dos EUA apresentam suas conclusões a respeito do equivocado bombardeio da madrugada de 26 de novembro, cujas consequências abalaram as já frágeis relações entre Washington e Islamabad.

Os EUA dizem que bombardearam a região porque achavam que seus soldados estavam sendo atacados por militantes islâmicos. Pela versão norte-americana, os soldados paquistaneses dispararam contra os norte-americanos que estavam no território afegão.

Em represália pelo ataque, o Paquistão interrompeu as rotas de suprimento para as forças dos EUA no Afeganistão, e expulsou as forças norte-americanas de uma base aérea usada para o lançamento de aviões teleguiados.

Mattis determinou que Allen, comandante da Isaf (força da Otan no Afeganistão) solicite a divulgação imediata de todas as instalações militares nos dois lados da fronteira.

Isso deveria incluir “atualizações sistemáticas com base em um mapa e uma base de dados comuns, e a incorporação de visitas periódicas e recíprocas de coordenação”.

Investigadores dos EUA dizem que o clima de desconfiança mútua entre paquistaneses e norte-americanos está na raiz do letal mal entendido.

O Paquistão não participou da investigação norte-americana e rejeitou suas conclusões, por serem “carentes de fatos”, como disse na quinta-feira o general Athar Abbas, porta-voz do Exército do Paquistão.