“Os recursos em obras de infraestrutura não são suficientes, embora os produtores paguem impostos caros. Na verdade, o povo brasileiro paga imposto de primeiro mundo, mas o serviço é de terceiro”, destacou o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Chico Maia.

Esse desabafo revela a situação das estradas em Mato Grosso do Sul, e está comprovado por meio do Ranking de Gestão dos Estados Brasileiros realizado pela Unidade de Inteligência da revista inglesa The Economist, e divulgado nesta semana.

O estudo revela que MS está abaixo da média nacional em metade dos quesitos analisados, inclusive “Infraestrutura”. O estado recebeu apenas 25,0 pontos de nota, na escala que vai de 0 a 100,0. A pesquisa reflete as reclamações dos produtores sul-mato-grossenses, sobretudo do setor agropecuário.

Fundersul

Os serviços de manutenção e recuperação de rodovias estaduais pavimentadas e não pavimentadas e também das pontes de madeira são realizados com recursos do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário de Mato Grosso do Sul). De acordo com Chico Maia, os produtores necessitam que as autoridades tenham atenção permanente com as rodovias.

“Apesar dos produtores manterem um fundo estadual milionário para manutenção das estradas estaduais, há um alto custo para escoar a produção, devido às condições precárias de conservação das vias”, disse.

O perfil sul-mato-grossense ficou abaixo do considerado razoável pelos investidores, de acordo com o relatório final da revista inglesa. Para Chico Maia, as altas tributações que os produtores agropecuários têm, desmotiva o crescimento da economia e atrai poucos investidores para o estado.

As estradas sul-mato-grossenses ficaram em oitavo lugar no ranking nacional, empatadas com Alagoas, Goiás, Minas Gerais, Paraiba e Sergipe.“Hoje, nossas estradas estão razoáveis. O problema começa a aumentar mais pra frente, com a época das chuvas. Temos estradas vicinais e milhares de pontes que devem ter manutenção constante”, destacou Chico Maia.

O presidente da Acrissul também falou sobre o funcionamento do Fundersul e defende a necessidade de reformulação do imposto. Chico Maia explicou que os recursos arrecadados da pecuária e da agricultura são divididos entre todos os municípios. “Os recursos dos combustíveis são divididos proporcionalmente. Com isso, Campo Grande recebe mais e tem uma malha vicinal menor. São os municípios mais pobres que necessitam de mais recursos”, salienta ele.

Apesar das estatísticas, Chico Maia destacou que as perspectivas para 2012 são melhores. “Wilson Cabral (Secretário de Obras MS) já sinalizou preocupação com estas questões. Em breve, a relação dos produtores com o governo do estado se estreitará e saberemos aplicar melhor os recursos destinados às obras de infraestrutura”, concluiu o presidente da Acrissul.