A esquerda chegou ao poder na Croácia, e, contra todas as previsões, o manteve na Eslovênia, integrante da zona do euro, após as eleições legislativas realizadas neste domingo (4) nos dois países da antiga Iugoslávia comunista, que se tornaram independentes em 1991.

Na Croácia, Zoran Milanovic, dirigente do Partido Social Democrata (SDP), e sua coalizão de centro-esquerda venceram com folga as eleições, com 44,5% dos votos, muito à frente da União Democrática Croata (HDZ), no poder com o premiê Jadranka Kosor, segundo uma pesquisa de boca de urna divulgada pelo canal de TV público HRT.

A HDZ, que domina a vida política croata quase ininterruptamente desde a independência, obteve 22,1% dos votos. Um governo de centro-esquerda irá, portanto, comandar nos próximos anos aquele país, e o conduzir à adesão à União Europeia, em julho de 2013. No próximo dia 9, a Croácia assinará em Bruxelas o tratado de adesão ao bloco.

Na Eslovênia, o popular prefeito de centro-esquerda de Liubliana, Zoran Jankovic, surpreendeu ao vencer as eleições, segundo resultados parciais divulgados após a apuração de mais de 50% dos votos.

O partido Eslovênia Positiva, criado há dois meses especialmente para estas eleições, obteve 29,22% dos votos, superando o Partido Democrático Esloveno (SDS, centro-direita), do ex-premier Janez Jansa, que ficaria com 25,9% dos votos, apesar de ter se comportado como vencedor durante toda a campanha.

O chefe de governo, o social-democrata Borut Pahor, cujo gabinete caiu em setembro, ficaria com 10,25% dos votos.

Para governar, Zoran Jankovic terá que formar um governo de coalizão, principalmente com os social-democratas. A campanha eleitoral foi marcada pela piora da situação econômica e financeira. Jankovic terá que colocar o país novamente nos trilhos, impondo medidas de austeridade.

Muito dependente das exportações, a Eslovênia, antes um aluno exemplar da zona do euro, flerta agora com a recessão.