Equipamento estragado do Imol impede até sepultamento em Campo Grande
Com a peça que identifica o DNA encostada, Tânia de Jesus Leonardo (foto), mãe que perdeu o filho num acidente não pode enterrar o corpo do filho; e os exames que identificam a paternidade estão emperrados. O governo do Estado não tem previsão do conserto do equipamento
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Com a peça que identifica o DNA encostada, Tânia de Jesus Leonardo (foto), mãe que perdeu o filho num acidente não pode enterrar o corpo do filho; e os exames que identificam a paternidade estão emperrados. O governo do Estado não tem previsão do conserto do equipamento
Família tenta sepultar um rapaz que morreu carbonizado há um mês, dezenas de pais convivem com a dúvida da paternidade e a polícia quer saber de quem é o feto encontrado dentro do leito do Córrego Anhanduizinho.
Estas três situações e, possivelmente muitos outros, já poderiam ter sido solucionados se o equipamento que faz análise comparativa de DNA do Instituto Médico Legal Odontológico de Campo Grande, o Imol, não estivesse quebrado.
Com o aparelho quebrado ficam paralisados todos os pedidos de DNA, seja para comprovação de identificação cadavérica, quanto de paternidade ou maternidade.
Uma das tristes histórias que poderiam estar amenizadas é da família de Maurício Thales de Jesus, 31 anos, que morreu carbonizado com a namorada Rogéria Bueno Junqueira de Souza, 49, no dia 5 de junho, em acidente na BR-163, entre Rio Verde e São Gabriel do Oeste.
O carro em que estavam, o Fox, placa HSD-6460, se chocou contra uma carreta e depois incendiou.
A avó de Maurício, Maria Elisa da Silva, 72 anos, lamenta que um mês depois da morte do rapaz ainda não pode fazer velório e sepultamento.
“Ele está um toquinho de carvão, lá. É um sofrimento pra nós ficarmos nesta angústia da espera. A namorada dele foi enterrada no outro dia porque os filhos reconheceram por meio da arcada dentária”, diz.
De acordo com dona Maria Elisa, quando a mãe de Maurício, Tânia Maria de Jesus Leandro, 49 anos, ficou sabendo que o filho havia morrido no acidente, foi para o Imol, mas chegando lá não o reconheceu por conta do estado do corpo, que ficou reduzido de tamanho e praticamente transformou num pedaço de carvão.
Ela ainda tentou via arcada dentária porque o rapaz tinha os dentes falhos, mas não foi possível porque já haviam retirado quatro dentes, além de pele e coração para exame de DNA.
Outro caso que aguarda a volta do equipamento no Imol é o do feto do sexo feminino encontrado dentro do Córrego Anhanduizinho, no dia 8 de junho, um mês atrás, em Campo Grande. A Polícia Civil chegou a duas mulheres suspeitas de ser a mãe, inclusive foi colhido material genético de uma deles para fazer o comparativo com o do bebê.
Como o equipamento está estragado, o caso do feto ainda aguarda solução.
Outro caso que poderia ter ficado na espera é da estudante de direito Marielly Barbosa, 19 anos, que desapareceu e depois foi encontrada morta em estado de mumificação, em um canavial na cidade de Sidrolândia. Ela foi reconhecida por conta de digitais e arcada dentária, o que dispensou exame de DNA.
Conserto
A assessoria de imprensa do Governo do Estado informou que o equipamento realmente está estragado e que para arrumá-lo é preciso que um representante da marca da máquina venha de outro estado, não divulgado, para providenciar o conserto.
O técnico deve chegar entre o final desta semana ou início da próxima. O valor não foi divulgado, pois talvez o problema seja mais sério do que o detectado atualmente e demande mais tempo e dinheiro.
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