O deputado federal Francisco Vieira Sampaio, o Chico das Verduras (PRP-RR), 60 anos, foi trabalhador rural, marceneiro, garimpeiro, taxista e, como o apelido indica, verdureiro, mas foi à carreira política que recorreu para ter estabilidade financeira e um salário fixo. A venda de hortifruti garantia o sustento da família, segundo o deputado, mas após mudar de ponto diversas vezes, enfrentou períodos ruins, de ganhos baixos.

Como o apelido Chico das Verduras era popular na cidade, decidiu então tentar uma nova profissão em 1992, quando, na primeira candidatura, foi eleito vereador. “Entrar para a política foi uma forma de ter um salário”, diz. Naquela época, os ganhos de vereador equivaliam a, aproximadamente, 15 salários mínimos (na moeda atual R$ 8,1 mil).

Prisão

Nascido no Maranhão, onde estudou até a 2ª série do Ensino Fundamental, mudou-se aos 21 anos para Roraima, onde concluiu o Ensino Médio. Uma das datas mais importantes de sua história pessoal, conta, foi o período quando ficou preso, de 20 de setembro a 2 de outubro do ano passado, às vésperas das eleições, acusado de compra de votos. “Eu saí da prisão no sábado, meio-dia, e tinha uma carreata me esperando. Os carros de som saíram dizendo que eu estava solto, que eu era candidato, e eu me elegi”, diz o parlamentar, que nega as acusações.

Eleito o menos votado do País, com 5.903 votos, teve o equivalente a 2,65% dos votos do Estado. Foi puxado pela coligação, que reuniu outros oito partidos (PRB, PDT, PSL, PSDC, PRTB, PMN, PV, PC do B). Na Câmara dos Deputados, além de projetos voltados para agricultores – “vim da roça e conheço as dificuldades dos colonos” -, o parlamentar também pretende olhar para a população carcerária e suas famílias. Quer criar um serviço de transporte para os dias de visita, melhorar as condições de alimentação e criar ocupações para os presos, tanto formas de trabalho como de educação.

Depois disso, perdeu três disputas seguidas: duas para deputado estadual e a reeleição para vereador. Ficou fora das eleições em 2000, mas em 2002 tentou novamente a vaga de deputado estadual e, dessa vez, foi eleito com a menor quantidade de votos: 972. Reeleito em 2006, diz ter sido vítima de perseguição e de uma denúncia forjada, ao ter seu mandato cassado em 2008, sob a acusação de distribuir sopa em troca de voto.