Durante sessão na Câmara Municipal de Campo Grande desta quinta-feira (3), a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) propôs aos parlamentares uma modificação na Lei do Silêncio, regra que disciplina a intensidade do barulho na cidade desde 1996. A medida permitiria a realização de shows no Parque de Exposições Laucídio Coelho.

No plenário cerca de 10 empresários foram vistos conversando muito entre eles e tentando fazer lobby com os vereadores. Avessos à conversar com a imprensa, comentavam muito sobre os prejuízos que poderiam ter com a ausência de eventos.

De empresários da área eqüestres até representantes de marcas e bebidas, todos lamuriavam a o buraco no bolso. “Tem gente que já investiu R$ 1 milhão, e é possível não ter retorno e nem o dinheiro de volta”, bradou um leiloeiro, comentando sobre a Expogrante.

Afora os círculos empresariais, o maior comentário entre visitantes e assessores parlamentares, era a presença de muitos “manifestantes”. Também sem falar com a imprensa, seguravam placas e ficaram com a cara fechada toda a sessão, sem ao menos bradar palavras de ordem e protesto.

Lei

A Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), dona do parque, propôs aos parlamentares uma modificação na Lei do Silêncio, regra que disciplina a intensidade do barulho na cidade desde 1996. Se aprovada a medida, a decisão judicial que barrou os shows torna-se sem efeito.

Pela lei criada 15 anos atrás, a Lei do Silêncio é resguardada apenas no período de Carnaval. Já a proposta prevê que a lei imposta hoje seja desprezada também nesses períodos: festividade de fim de ano, exposição no Parque Laucídio Coelho e no dia de Santo Antonio, padroeiro da cidade, celebrado no dia 13 de junho.