Levar conhecimento profissional para os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas nas Unidades Educacionais de Internação (Uneis) do Estado. É com esse objetivo que a Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul (Funtrab), em parceria da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio da Superintendência de Assistência Socioeducativa elaborou um estudo que traçou o perfil sócio profissionalizante dos adolescentes.

A pesquisa foi realizada em abril de 2011, em nove unidades educacionais do Estado e fornece informações sobre etnia, faixa etária, sexo, grau de escolaridade e qualificação profissional e opções de cursos pretendidos que foi respondido por 224 socioeducandos. O próximo passo é o cronograma de ação para implantação dos cursos profissionalizantes dentro das unidades.

“Nós, como Fundação do Trabalho, responsáveis por políticas de qualificação para o mercado, não podemos ficar alheios aos adolescentes que estão nas Uneis. Por isso estamos como parceiros desenvolvendo este trabalho com a Superintendência de Assistência Socioeducativa”, informou o diretor geral da Funtrab, Cícero Ávila durante evento de apresentação de metas das Uneis.

Na próxima terça-feira (17), às 10h, haverá uma reunião no gabinete da Funtrab, onde os representantes da SAS, Setas e da própria Fundação do Trabalho, discutirão os detalhes para execução do projeto de formação profissional voltada aos socioeducandos. “Queremos atingir 100% dos adolescentes, prepará-los de forma adequada para exercer uma profissão com a qual se identifiquem, para que retornem ao convívio social em condições de encontrar uma vaga no mercado de trabalho” informou a responsável pela Divisão de Educação e Educação para o Trabalho da SAS, Nathyla Ayala Sant’Ana.

A pesquisa revela que 91,62% dos adolescentes têm vontade de estudar e 96,88% se interessam por um curso de qualificação profissionalizante. De modo geral, o nível de escolaridade é baixo, se considerar que o Ministério da Educação diz que todos os jovens com 17 anos ou mais devam ter o ensino médio concluído.

Em relação à experiência profissional, 52,68% possuem experiência de trabalho enquanto 88,84% não possuem registro em carteira. O questionário procurou saber o tipo de curso profissionalizante que os internos desejam estudar. O curso de Auxiliar Administrativo com informática liderou o ranking dos cursos pretendidos, sendo apontado por 60% dos adolescentes. Em segundo lugar, o curso de eletricista, com preferência de 58% internos , seguido de mecânica que obteve preferência de 47%.

Para incentivar o estudo dos socioeducandos, a SAS trabalha com palestras de sensibilização, mostrando aos adolescentes a importância de se ter o conhecimento formal e profissional. De acordo com Nathyla, já existem trabalhos de oficinas móveis profissionalizantes, como na Unei Novo Caminho onde há um curso de mecânica de bicicleta. “Os adolescentes têm aulas regulares dos ensinos fundamentais e médio, além de atividades complementares como xadrez, bordado, informática e outros que podem ser realizadas no período seguinte à aula”, explicou.