Em Dourados, Funai distribui cestas com leite em pó vencido para crianças em aldeias
Após denúncia feita por jornal local de que a FUNAI – Fundação Nacional do Indio – distribuiu 750 pacotes de leite em pó vencidos (segundo o jornal, alguns deles roídos por ratos) PA indígenas da Aldeia Bororó, em Dourados, a Polícia Federal apreendeu na sede do orgãomais de 700 pacotes do produto. A PF constatou […]
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Após denúncia feita por jornal local de que a FUNAI – Fundação Nacional do Indio – distribuiu 750 pacotes de leite em pó vencidos (segundo o jornal, alguns deles roídos por ratos) PA indígenas da Aldeia Bororó, em Dourados, a Polícia Federal apreendeu na sede do orgãomais de 700 pacotes do produto. A PF constatou que todos os pacotes que estavam no órgão tinham o prezo de validade vencido.
O delegado Alexandre Fresneda, que acompanhou a diligencia encaminhou cinco amostras do leite em pó para perícia da própria PF em Dourados. “Se o laudo constatar que o produto estava impróprio para o consumo, fica então caracterizado o crime contra a saúde pública”, afirmou o delegado em entrevista. Além disso, foi encaminhado ofício ao Procurados da República e à FUNAI em Brasília-DF, para que seja investigado se houve falha administrativa ou crime de improbidade.
O produto apreendido seria entregue ontem à tarde na Aldeia Jaguapiru. A entrega das cestas básicas ocorreu em frente a escola Tengatuí Maragantu, no entanto sem o leite em pó.
A coordenadora regional da Funai Maria Aparecida Mendes informou que o órgão já realizou entregas desses produtos nas Aldeias Jaguapiru e Bororó desde março deste ano, com o prazo de validade ainda em dia, porém um atraso de 15 dias na entrega das embalagens da cesta básica pelo fornecedor acabou pro fazer com que o leite em pó vencesse.
“Houve um problema de entrega das embalagens nas quais separamos as cestas básicas. O fornecedor atrasou a entrega e a falta de estrutura do órgão acabou por atrasar ainda mais a distribuição”, explicou a coordenadora da FUNAI.
Estrutura precária
A reportagem do Midiamax entrou em contato com a coordenadora regional da FUNAI. Maria Aparecida Mendes admitiu saber que o leite em pó estava vencido e mesmo assim ordenou a entrega, porque uma informação de que o produto poderia ser consumido até um mês após o vencimento.
Maria Aparecida denuncia a falta de estrutura e de servidores da FUNAI na região. Segundo a coordenadora existem hoje 21 servidores e quatro funcionários comissionados para atender nove municípios da região, entre aldeias, acampamentos e grupos, que somam mais de 23.000 indígenas.
Dos 21 funcionários, alguns estão em processo de aposentadoria, o que irá desfalcar ainda mais o órgão. Outro agravante é a saúde de alguns dos servidores: Um está em cadeira de rodas e outro hospitalizado. Além disso, cidades como Caarapó só tem um servidor para atender uma quantidade imensa de indígenas.
“Precisamos, além dos 21 servidores em plenas condições, de no mínimo mais 50”, afirmou Maria ao Midiamax. “Hoje contamos com a ajuda de voluntários. O que não é o ideal”, finaliza.
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