Em Dia Mundial sem Tabaco, estudantes querem lei anti-tabaco em todo MS

Durante a manhã desta terça-feira (31), Dia Mundial sem Tabaco, uma passeata com aproximadamente 400 estudantes dos Ensino Fundamental e Médio reivindica que a lei anti-fumo passe a vigorar em todo Mato Grosso do Sul.

“O projeto visa conscientizar e alertar a população sobre o risco do cigarro, mas principalmente serve para os próprios estudantes. Pesquisas demonstram que o vício começa principalmente entre 14 e 17 anos, queremos que estes jovens estejam mais preparados”, relatou a coordenadora do projeto, e de um dos colégios adventistas, Luciane Dias.

Na Capital já existe a lei complementar nº 150/2009, que estabeleceu o ‘anti-tabaco’ em bares, lanchonetes, boates, casas de espetáculos e afins. A lei vale pra praticamente todos locais ‘fechados’. Somente lugares de cultos religiosos, vias públicas, espaços ao ar livre, e estabelecimentos exclusivos para uso de tabaco são liberados pela lei.

O projeto Desperta Brasil, que organizou a passeata desta terça, recolheu, através dos estudantes, cerca de duas mil assinaturas em um abaixo-assinado, que será entregue na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

Foram os próprios estudantes que produziram os cartazes para a passeata. Alguns tinham os dizeres ‘Projeto Desperta MS! Lei anti-tabaco, verde, inteligente, sustentável, Já! Direito de Todos’; outros alertavam para os danos do cigarro: ‘Contra o fumo passivo’, lembrando que crianças são as mais afetadas pela fumaça do tabaco.

“Muitos desses alunos têm pais fumantes, e o que acontece é que eles mesmos pressionam os pais para pararem de consumir o cigarro”, comentou Luciane. “Quem fuma, queima dinheiro”, completa o estudante Tiago Henrique, de 16 anos.

A campanha Desperta MS, iniciada nesta terça em Campo Grande, já existe há cinco anos em Corumbá.

Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), o cigarro deve matar em 2011 quase seis milhões de pessoas em todo mundo, dessas, 600 mil são fumantes passivos.

Vício na Infância

O uso de cigarro por parte de crianças e adolescentes não é novidade nem mesmo para estudantes de Campo Grande. “Ano passado estudou comigo um menino de 14 anos, ele saía da aula e ia fumando até o ponto de ônibus”, relatou Rafael Lopes, de 13 anos.

Outro estudante, Thiago Henrique, de 16 anos, também afirma ter passado pela mesma situação: “conheci gente da minha idade que fuma lá no bairro onde moro, mas acho que ele só vai perceber a besteira mais tarde”, afirmou o estudante do 8º ano do Ensino Fundamental.