Em Corumbá, UFMS oferece curso de Espanhol para professores da REME

Com a proposta de aproximação linguística e cultural do idioma Espanhol, cerca de 30 professores da Rede Municipal de Ensino de Corumbá voltaram para as salas de aula, mas desta vez, na condição de alunos. Eles começaram a frequentar o curso “Língua espanhola e cultura dos povos hispano-falantes”, oferecido pelo Campus do Pantanal, unidade da […]

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Com a proposta de aproximação linguística e cultural do idioma Espanhol, cerca de 30 professores da Rede Municipal de Ensino de Corumbá voltaram para as salas de aula, mas desta vez, na condição de alunos. Eles começaram a frequentar o curso “Língua espanhola e cultura dos povos hispano-falantes”, oferecido pelo Campus do Pantanal, unidade da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul em Corumbá, através do curso de Letras – Português/Espanhol, para os profissionais que atuam no ambiente escolar.

De acordo com a professora da UFMS, Suzana Vinicia Mancilla Barreda, essa é uma das ações estruturadas pelo curso de Letras, visando modificar o panorama ainda existente no ambiente escolar com relação à língua e cultura do país vizinho, já que, segundo dados da Secretaria Municipal de Educação, são 582 alunos bolivianos estudando em Corumbá e 60 brasileiros estudando em Puerto Quijarro e Puerto Suárez.”Começamos com sucesso, um projeto de ensino de Português a professores da rede pública de Puerto Quijarro no ano passado e, agora, iniciamos a oferta do curso de Espanhol para professores de escolas públicas no Município. Nossa intenção é incluir a rede Estadual posteriormente”, afirmou.

“Quando as pessoas se aproximam, a primeira coisa que fazem é conversar. E para isso precisam da língua. Já para entenderem como é que eles veem os valores, o significado do cotidiano, eles precisam do conhecimento cultural, então evidentemente o conhecimento da comunidade, da língua, dos costumes é importante”, continuou a professora ao lembrar a necessidade de integrar a parte cultural ao idioma.

O curso, que segue até dezembro e entregará um certificado correspondente ao nível básico da Língua Espanhola aos participantes, prevê a aprendizagem considerando o desenvolvimento das 5 habilidades: ouvir, falar, ler, escrever e reconhecer o contexto cultural como um elemento articulador das enunciações dos falantes de espanhol.

O secretário de Educação de Corumbá, Hélio de Lima, é um dos alunos do curso e descreve a importância de atitudes que visem a integração entre os povos na fronteira. “Nós somos irmãos, tem uma linha divisória que é a fronteira, mas isso não pode impedir que as relações entre as pessoas não aconteçam. Nós temos que viver de uma forma pacífica, uma forma que seja esclarecedora para todo mundo e, nós da Educação, temos que discutir a questão da mudança da grande curricular, da interação, professores nossos irem pra lá e vice-versa”, comentou.

Aluna do 8º semestre do curso de Letras Português/Espanhol, Mariana Conde, é uma das ministrantes do curso voltado para os professores e destaca que poder entrar em contato com a prática de ensino já nessa etapa da vida acadêmica, enriquece muito o currículo.

“É uma prática, assim como temos o estágio, é uma prática real, mas diferente porque é voltado para um público diferenciado: professores. É uma experiência diferente, porque no estágio, o contato é com crianças, e aqui temos adultos”, disse ao Diário.

Como o curso tem uma proposta de atingir professores das mais diversas áreas e, não somente os de Língua estrangeira, a professora Sandra Conceição, que leciona História na escola Cyríaco Félix de Toledo, viu uma grande oportunidade para se aprimorar.

“O curso é muito importante para que possamos compreendê-los porque é um processo de integração no qual devemos visualizar não somente as questões comerciais, mas também a parte cultural em relação à língua. Todas as nossas escolas recebem alunos oriundos de outro país e, de alguma forma, eles compreendem nossa língua, mas a gente não consegue compreendê-los. Estamos em contato com eles todos os dias, mas esse desejo de aprender, de falar do Espanhol tem que ser desenvolvido também entre a população”, avaliou

Escolas de fronteira
Um grande passo na questão da interação, partindo através da Educação, está para se consolidar em nossa fronteira, segundo o secretário Hélio de Lima.”Eu e a professora Suzana iremos a Brasília em novembro, já que o Ministério da Educação incluiu nossa região no projeto Escolas de Fronteira”, revelou.

A professora Suzana destacou que esse projeto já existe há sete anos, mas em Mato Grosso do Sul estava concentrado na fronteira Sul, na cidade de Ponta Porã. “Recebi por e-mail a confirmação de que a Bolívia foi convidada. Nós, da UFMS, também fomos convidados na implantação, creio eu, através de um projeto-piloto. As escolas de fronteira propõem esse enriquecimento com conhecimento do conteúdo cultural e linguístico que temos tão próximo e que acaba não sendo aproveitado”, explicou ao afirmar que o bilinguismo é um dos resultados que podem advir do projeto.

Atualmente, a Língua Espanhola é oferecida na Rede Estadual de Ensino por força de um decreto e, na Rede Municipal, o secretário Hélio comentou que já existe uma lei aprovada pela Câmara Municipal que rege a introdução da língua senão em forma de disciplina, mas num conteúdo de apresentação.

 

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