Detentas de Três Lagoas terão curso de costura

Internas do Estabelecimento Penal Feminino de Três Lagoas terão oportunidade de aprender noções básicas de costura industrial. O curso é resultado de uma parceria entre a direção do Estabelecimento Penal, Senai e a Sultan Indústria, Comércio de Confecções – empresa que fabrica artigos para cama mesa e banho. A capacitação das detentas terá início em […]

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Internas do Estabelecimento Penal Feminino de Três Lagoas terão oportunidade de aprender noções básicas de costura industrial. O curso é resultado de uma parceria entre a direção do Estabelecimento Penal, Senai e a Sultan Indústria, Comércio de Confecções – empresa que fabrica artigos para cama mesa e banho. A capacitação das detentas terá início em fevereiro.

O curso terá a duração de dois meses e deve capacitar vinte internas do Estabelecimento Penal Feminino de Três Lagoas. A ideia da parceria para qualificar mão-de-obra prisional partiu da iniciativa da Direção do Estabelecimento Penal que acionou a Prefeitura de Três Lagoas, que por sua vez enviou um ofício encaminhado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico, em agosto do ano passado, à direção da empresa com sede na capital paulista.

De acordo com o gerente industrial da Sultan do município de Três Lagoas Roni Costa Lima, com a instalação dos maquinários, as aulas devem começar até o dia 10 de fevereiro. Segundo ele, na próxima semana, começa a instalação das 20 máquinas que serão necessárias. “Provavelmente, até o dia cinco todos os equipamentos já estarão instalados”, afirma o gerente.

O curso de costura industrial é mais uma parceria rentável que possibilita a reinserção e profissionalização das internas do presídio feminino de Três Lagoas. Hoje estão sob custódia da Unidade Feminina de Três Lagoas, 45 detentas. Mais da metade das mulheres que cumprem pena serão qualificadas com o curso de costura, outras nove mulheres trabalham no setor de cozinha. A horta do presídio também emprega mão-de-obra própria.

Segundo a diretora do Estabelecimento Penal Feminino de Três Lagoas Marcela Dias Maio, os critérios utilizados para a escolha das internas que farão o curso será comportamento e a quantidade da pena a ser cumprida. “Demos preferência às penas mais longas, para que elas possam aproveitar melhor a qualificação”, explica a diretora.

Para receber o maquinário, adequações no espaço físico da Unidade estão sendo feitas com a parceria do Conselho da Comunidade de Três Lagoas que disponibilizou verba para realizar toda a reforma no barracão onde será instalada a fábrica. Depois dos 60 dias de curso, a empresa aproveita o que for produzido dentro do presídio para comercialização.

Oportunidade

Para o gerente da empresa, o interesse nessa parceria também corresponde à uma necessidade de mão-de-obra qualificada na área de costura na cidade. Segundo Luiz, treinando as detentas, a empresa pode aumentar o número de trabalhadores, inclusive em outros setores como acabamento “Hoje, temos 40 costureiras; aumentar mais 20 nesta área significa a possibilidade de deslocar mais gente para o suporte a revisão e embalagens, por exemplo”, diz Lima.

Enfatizando a oportunidade de profissionalização das internas, a diretora do presídio afirma que “esse é o tipo de trabalho que procuramos desenvolver numa unidade prisional. O curso é profissionalizante, e elas terão a possibilidade de trabalhar na própria empresa, uma vez que a Sultan já sinalizou neste sentido. Aprendendo uma profissão, elas têm condição de entrar no mercado de trabalho e auxiliar financeiramente a própria família. A disciplina no presídio também melhora muito, o clima é mais ameno, porque ninguém quer perder essa oportunidade”.

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