Deputado questiona contratação pelo DNIT de instituto paranaense para estudo no pantanal

A contratação pelo DNIT de biólogos e técnicos do Instituto Tecnológico de Transporte e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná, para organizar e monitorar os programas ambientais na BR-262, está sendo questionada pelo deputado estadual Paulo Duarte (PT).

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A contratação pelo DNIT de biólogos e técnicos do Instituto Tecnológico de Transporte e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná, para organizar e monitorar os programas ambientais na BR-262, está sendo questionada pelo deputado estadual Paulo Duarte (PT).

A contratação pelo DNIT (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes) de Mato Grosso do Sul de biólogos e técnicos do Instituto Tecnológico de Transporte e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná, para organizar e monitorar os programas ambientais na BR-262, está sendo questionada pelo deputado estadual Paulo Duarte (PT).

Na sessão da Assembleia desta quarta-feira, Duarte apresentou requerimento para que seja expedido ofício ao Superintendente Regional do DNIT, Marcelo Miranda Soares, solicitando informações detalhadas sobre a contratação.

Na justificativa do requerimento, Duarte informa que o DNIT elaborou relatório que transformará a BR-262 na primeira rodovia ecológica de Mato Grosso do Sul. O trecho que liga as cidades de Anastácio e Corumbá deverá ter uma série de melhorias e programas especiais para não agredir o pantanal sul-mato-grossense.

Para isso, devem ser adotadas uma série de construções como: sinalização especial; cercas em áreas críticas de mortandade de animais na pista; passagens de animais sinalizadas; redutores de velocidade e armadilhas fotográficas em áreas de maior afluxo de animais.

Os questionamentos que o deputado faz são os seguintes: “Por que biólogos e técnicos do Instituto Tecnológico de Transporte e Infraestrutura da UFPA [Universidade Federal do Paraná] foram contratados para organizar o programa, e não profissionais da UFMS [Universidade Federal de Mato Grosso do Sul]? A Universidade Federal do Paraná conhece o Pantanal? A UFMS não tem profissionais capacitados para executar o projeto?

Projeto

Pelo projeto, a rodovia deve contar com monitoramento constante de atropelamento de fauna e também deverá ser instalado um mirante turístico no entroncamento da Estrada Parque.

A ideia é viabilizar um sistema de controle ambiental, com intuito de diminuir o número de animais mortos no trecho. Em um monitoramento preliminar, foi relatado o atropelamento de 1.400 animais de 88 espécies no período de um ano entre Campo Grande e Corumbá; e constatado o atropelamento de 57 espécimes no trecho entre Anastácio e Corumbá em dois meses de monitoramento.

No requerimento, Duarte observa que o projeto é de fundamental importância para preservação do fauna pantaneira, mas alerta que a contratação dos técnicos paranaenses é um detalhe” que merece ser discutido.

“O DNIT simplesmente ignorou os pesquisadores do estado, profissionais que podem, sem dúvida nenhuma, executar o monitoramento do projeto, como exemplo: O biólogo, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Wagner Fisher, que em conjunto com o IBAMA/MS já fez inúmeras pesquisas sobre a rodovia ecológica; outro que podemos citar é o Doutor Erich Arnold da UFMS que já formou grupos de pesquisas na região objetivando a conservação e o manejo dos animais no Pantanal”, argumenta o deputado.

Duarte observa ainda que a Embrapa Pantanal participa das redes de pesquisa, pesca e prospecção da biodiversidade vegetal do Pantanal, em parceria com o Centro de Pesquisa do Pantanal, e que estes também apoiam o desenvolvimento sustentável na região.

Na rede Programa Ecológico de Longa Duração (Peld), a Embrapa Pantanal busca obter, registrar, analisar e tornar disponível, para a comunidade científica, informações de como os diferentes compartimentos do Sistema Pantanal respondem às variações antrópicas, para subsidiar legislações e políticas de desenvolvimento para a manutenção da qualidade ambiental.

“Como se observa, a UFMS tem catedráticos e acadêmicos capacitados para atuarem no
monitoramento da BR-262, bem como o Mato Grosso do Sul conta com órgãos que poderiam dar suporte para esses profissionais na execução do projeto. A contratação de pesquisadores da UFPA para monitorar o programa ambiental no pantanal suscita indagações que devem ser esclarecidas pelo DNIT”, finaliza Paulo Duarte.

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