Deputado investigado pelo MP deve chefiar comissão legislativa no PR

O ex-presidente da Assembleia do Paraná deputado Nelson Justus (DEM) deve presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa pelos próximos dois anos. “Não faço parte da comissão [de Constituição e Justiça] e não sou líder de partido, mas, pelo que tenho ouvido, é uma possibilidade praticamente definitiva”, informa o vice-presidente do Legislativo, […]

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O ex-presidente da Assembleia do Paraná deputado Nelson Justus (DEM) deve presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa pelos próximos dois anos. “Não faço parte da comissão [de Constituição e Justiça] e não sou líder de partido, mas, pelo que tenho ouvido, é uma possibilidade praticamente definitiva”, informa o vice-presidente do Legislativo, deputado Artagão de Matos Leão Jr (PMDB).

Justus é investigado pelo Ministério Público desde abril de 2010 por improbidade administrativa. À época da presidência dele, foram descobertos funcionários fantasmas e “laranjas”, em um esquema de desvio de dinheiro público. Ele deve ser ouvido na CPI que investiga indícios de espionagem na Assembleia. A assessoria dele não respondeu ao pedido de entrevista.

Nesta quinta-feira (17), o vice-presidente declarou que “o deputado Nelson Justus foi reeleito pela população do Paraná. (…) Neste momento ele tem legitimidade [para concorrer à presidência da CCJ]. A escolha [do presidente] cabe aos membros da comissão”. Ele diz ainda que “os avanços na Assembleia são bastante significativos e a presidência de Justus na Comissão não vai prejudicar nada”.

Na quarta-feira (16), o deputado Elio Rusch (DEM) disse que o partido dele e o PT fecharam um acordo quanto à presidência da CCJ. Cada partido ficaria com o posto por dois anos. O Departamento de Divulgação da Assembleia informou que o acordo prevê o número total de cadeiras na Comissão. Neste biênio, o DEM ficará com duas vagas e o PT com uma; no próximo biênio o coeficiente se inverte.

A líder do PT na Assembeia e o líder da oposição, os deputados Luciana Rafagnin (PT) e Enio Verri (PT), respectivamente, foram procurados nesta tarde. A assessoria de Rafagnin indicou Verri para entrevista – e ele estava em uma reunião da Executiva Estadual do partido.

O presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni (DEM), disse ontem que a nomeação de Justus “gera uma contradição”. “Não interferi [na decisão], não participei e não vou participar. (…) Seja quem for, terá que se enquadrar”, garantiu.

Outras comissões

Depois que os líderes dos partidos indicam os membros das comissões, são os membros que indicam o presidente e o vice-presidente. Se a previsão do deputado Artagão de Matos Leão Jr estiver certa, nenhuma comissão dependerá de votação para essa definição – o que aconteceria caso não houvesse acordo entre os parlamentares.

De acordo com Leão Jr, as presidências de pelo menos duas comissões ainda estão em disputa até segunda-feira. Para a Comissão de Ciência e Tecnologia, o PMDB indicou o deputado Teruo Kato. O nome do concorrente não foi informado. Os deputados Eduardo Cheida (PMDB) e Rasca Rodrigues (PV) disputam a Comissão de Meio Ambiente.

O prazo para as indicações dos membros das 19 comissões legislativas permanentes terminou nesta quinta-feira. Formalmente, as instalações serão feitas na próxima segunda-feira (22), por Leão Jr.

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