Depois da devastação, falta de oferta faz aluguel subir nao RJ
Os municípios da Região Serrana tentam voltar à rotina em meio a contagens de mortos, desaparecidos e desabrigados por causa da chuva. O comércio já reabriu em parte e o abastecimento de produtos se normaliza aos poucos, assim como o fornecimento de serviços públicos. Mas, no entanto, sobreviventes que perderam tudo têm dificuldade de encontrar […]
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Os municípios da Região Serrana tentam voltar à rotina em meio a contagens de mortos, desaparecidos e desabrigados por causa da chuva. O comércio já reabriu em parte e o abastecimento de produtos se normaliza aos poucos, assim como o fornecimento de serviços públicos. Mas, no entanto, sobreviventes que perderam tudo têm dificuldade de encontrar um novo lugar para morar.
O município de Teresópolis, na Região Serrana do Rio, tem, segundo o último levantamento da prefeitura, 3.679 desabrigados e 4.530 desalojados pelas chuvas. Com tantas pessoas fora de casa, a procura pelo aluguel de imóveis cresceu muito e os moradores das áreas atingidas pelo temporal relatam muita dificuldade em encontrar um novo teto.
“Não conseguimos encontrar uma casinha razoável, está muito difícil e caro”, afirma a dona de casa Vanusa Lopes, de 42 anos, que procura um imóvel de aluguel para a filha de 21 anos, que perdeu a casa em que morava no bairro Santa Rita.
O corretor de imóveis Luiz Carlos Paim, de 57 anos, que trabalha em uma imobiliária no Centro do município, concorda que a oferta está muito baixa em relação à procura. “Está difícil. Nós aqui não temos quase nada”, afirmou. Em uma imobiliária vizinha, o corretor Renato Araújo, de 39 anos, disse que só há apartamentos maiores e mais caros disponíveis para aluguel, na faixa de R$ 1.000. Imóveis menores e com preço mais acessível às famílias desabrigadas estão em falta.
Os moradores também reclamam da alta dos preços. A caixa Kelly Cristina Soares, de 28 anos, que perdeu a casa no temporal, diz que um apartamento que custaria R$ 200 está sendo ofertado por R$ 400. Ela está procurando uma nova residência para ela e a mãe. “A gente anda, anda, e nada. Só tem em área de risco, mas não adianta ir de um lugar de perigo para outro”, disse. A solução provisória foi abrigar 12 pessoas na casa de dois quartos da sogra de Kelly.
Abastecimento
As entregas de mercadorias estão sendo normalizadas esta semana em Teresópolis. A comerciante Beatriz Lopes, de 34 anos, dona de uma padaria no Centro, diz que chegaram a faltar frios, que são trazidos de Nova Friburgo, e refrigerantes, transportados de Petrópolis. “Algumas entregas não chegaram. Eu acredito que agora vai normalizar”, afirmou. A maioria dos produtos não faltou porque o estoque estava abastecido.
O empresário Fábio Garbelini, de 40 anos, notou um aumento de preços em verduras e legumes – os agricultores da região perderam a plantação com a chuva. “Uma alface que custava R$ 0,50 está R$ 1,50. Essas coisas verdes estão todas caras”, contou.
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