Denar prende vendedora de emagrecedores e viagra a caminhoneiros

Luci Puhl, de 46 anos, acreditava que iria para casa depois do depoimento na delegacia, mas será encaminhada para o presídio feminino

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Luci Puhl, de 46 anos, acreditava que iria para casa depois do depoimento na delegacia, mas será encaminhada para o presídio feminino

Luci Puhl Ronsani, de 46 anos, foi presa na noite desta terça-feira (18) por venda de medicamentos sem procedência para caminhoneiros e apresentada nesta quarta-feira pelo delegado Marco Antônio Balsanini, da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), em Campo Grande.

Ela estava com cápsulas de anfepramona e femproporex, remédios para emagrecer que têm a venda proibida pela Anvisa. Um dos efeitos colaterais das medicações é deixar o usuário acordado e sem perceber a sonolência. Com isso, os caminhoneiros poderiam dormir na estrada e causar acidentes. Além dos emagrecedores foram apreendidos Viagra, Pramil, Sibutramina, remédios para dor de cabeça, laxantes e R$ 3.354,00.

A acusada estava em casa, no Bairro Chácara Mansur, quilômetro 384 da BR-163, quando foi surpreendida pelos policiais que faziam investigação há alguns dias. “Recebemos uma denúncia da população pelo número direto aqui da Denar e fomos investigar”, diz o delegado.

Os medicamentos são de laboratórios nacionais, descartando a possibilidade de tráfico do Paraguai. “Acreditamos que eles tenham sido furtados ou de um esquema de desvio de medicação, o que vamos investigar até o fechamento do inquérito”, explica Marco Antônio.

“Caminhoneiro também quer emagrecer”

Em entrevista, a acusada afirmou que vendia os medicamentos para caminhoneiros para que eles emagrecessem. “Quem é que não quer ficar bonito e magro? Caminhoneiro também quer emagrecer”, disse Luci.

Ela declarou tomar a medicação há cinco anos e vender a seis meses. “É uma das minhas fontes de renda. Fora isso, meu companheiro e minha filha ajudam na renda da casa”, declarou a acusada ao ser questionada pela quantidade de dinheiro encontrada.

“Quando eu vi a polícia não tive medo não. Eu tenho medo de assaltante. O que eu fiz não é crime e vou responder em liberdade. Agora vou cuidar da minha vida e ir para casa”, disse Luci, finalizando a conversa.

Mas ao contrário do que a acusada declarou, não poderá ir para casa porque vender medicamentos sem procedência tem pena de 5 a 10 anos de reclusão. “É uma pena alta e um crime difícil de descobrir, já que cartelas de remédio são fáceis de esconder”, disse o delegado. Ela será encaminhada para o presídio feminino ainda na tarde de hoje e não tem direito a fiança.

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