Demora no atendimento causa indignação e revolta pacientes na UPA da Vila Almeida

Alguns pacientes relataram ao Midiamax que aguardavam atendimento desde as 13 horas e outros, que passaram mal no posto, tiveram que buscar atendimento em outras unidades.

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Alguns pacientes relataram ao Midiamax que aguardavam atendimento desde as 13 horas e outros, que passaram mal no posto, tiveram que buscar atendimento em outras unidades.

A morosidade no atendimento da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, região oeste de Campo Grande, causou tumulto e revoltou os moradores no início da noite desta quarta-feira (24). Alguns pacientes relataram ao Midiamax que aguardavam atendimento desde as 13 horas e outros, que passaram mal no posto, tiveram que buscar atendimento em outras unidades.

O agente de negócios Vladmir Damin foi até a unidade em busca de atendimento para a mãe, que sofre do coração. Ela chegou ao local por volta das 17 horas e, três horas depois, não havia conseguido ser atendida. No local, ele elaborou uma espécie de abaixo assinado com a assinatura de pelo menos 50 pacientes que não conseguiram ser atendidos na tarde de ontem. Ele garante que o documento será encaminhado ao MPE (Ministério Público Estadual).

“Havia um senhor de 90 anos aqui, estava com a pressão alta. Ele não conseguiu atendimento e teve que ir embora”, criticou. “Queria olhar agora para a cara de alguns de nossos políticos, que são médicos, para ver o que eles têm para falar”, acrescentou.

Além dele, pelo menos uma dezena de pacientes reclamaram do atendimento ao Midiamax. Uma das principais queixas, segundo a dona de casa Andreia Figueiredo, é em relação aos “bons modos” das enfermeiras.

“Eu moro no Santo Antônio e é sempre assim. Sempre falam que tem que esperar, apenas isso. Não dão uma única satisfação. Depois, se acontece alguma agressão, o paciente que é errado”, queixa-se.

Entre janeiro e setembro do ano passado, um levantamento deu a UPA da Vila Almeida o título de “a mais violenta” de Campo Grande. Foram registrados 345 relatos de agressões contra profissionais de saúde em um período de 252 dias. Do total, a unidade foi responsável por 17% dos casos.

Ao perceber a chegada da reportagem, um dos guardas municipais fez um telefonema. Minutos depois, outros quatro guardas, além de uma viatura do 1º BPM (Batalhão de Polícia Militar), foram até o local.

“É apenas para evitar tumulto. Faça o seu que eu faço o meu”, resumiu um dos guardas. “Nós precisamos de médico, não de guarda municipal, que já está cheio aqui”, reclamou outra paciente logo em seguida.

A dona de casa Rosanda Marafon, logo após ter a pressão aferida, falou com a reportagem. “Está 19 por 15. Eles não falam quando vão nos atender, não dão satisfação nenhuma”, lamenta.

Um dos médicos do posto disse que teria, pelo menos, 80 pacientes para atender noite afora. A responsável pela unidade durante a noite, Janaína Macedo Gamarra, disse que estava ‘ocupada’ e não poderia falar com a reportagem.

Conteúdos relacionados