Demanda por alimentos e clima ajudam a manter preço das commodities agrícolas

Dados divulgados recentemente pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontam que a produção de grãos no Brasil deve chegar a 161,5 milhões de toneladas. E se o cenário mundial continuar como está, os produtores poderão comemorar, pois como  a demanda por alimentos é grande e os episódios climáticos têm ocorrido com frequência, países produtores de […]

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Dados divulgados recentemente pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontam que a produção de grãos no Brasil deve chegar a 161,5 milhões de toneladas. E se o cenário mundial continuar como está, os produtores poderão comemorar, pois como  a demanda por alimentos é grande e os episódios climáticos têm ocorrido com frequência, países produtores de grãos serão beneficiados.   

“No geral os preços das commodities estão bons. Este é o setor que tem menos chance de quebra, pois existe essa demanda muito forte de alimentos no mundo, especialmente nos países emergentes, então comida não falta”, disse o analista de mercado João Pedro Cuthi Dias. Segundo ele, se de um lado os clima rigoroso em outros países dificultam a produção, de outro, países produtores conseguem produzir e manter bons preços pelos produtos.

Câmbio

Apesar da forte e prolongada valorização do real, dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada”, da Esalq/USp apontam que o  agronegócio brasileiro segue expandindo suas exportações. Pesquisadores destacam que, além da reconhecida eficiência, o agronegócio conta com a ajuda dos preços em dólares, que se mantêm em patamares historicamente elevados – o que se repete para as commodities em geral. Esse cenário deve permanecer caso a crise atual não chegue aos extremos ocorridos em 2008.

Em junho de 2011, as exportações do agronegócio brasileiro bateram novo recorde de vendas ao exterior, atingindo US$ 8,910 bilhões, 29% acima do mesmo mês de 2010. Só nesse primeiro semestre de 2011, o valor exportado cresceu mais de 23% em relação ao mesmo período de 2010. Cálculos do Cepea indicam que os preços externos (em dólares) têm sido o grande responsável pelo bom desempenho das exportações, já que apresentou alta de quase 26% na comparação das médias do primeiro semestre de 2010 e de 2011. O preço médio de junho foi o maior de todo o período desta pesquisa do Cepea – inicia-se em 2000.

De 2000 a 2011, os preços em dólares (IPE) dos produtos exportados pelo agronegócio brasileiro cresceram 128,3%. Os preços de café, açúcar, soja e carne bovina mais do que dobraram a contar de 2000. A tendência de crescimento é observada em todo o período, com pequena queda em torno de 2002 e entre 2008 e 2009, durante o auge da crise financeira. Só no primeiro semestre de 2011, a média dos preços externos ficou 25% acima da média de todo o ano de 2010.

Os pesquisadores do Cepea concluem que o agronegócio vem respondendo positivamente ao crescimento da economia mundial num processo em que receitas e custos vão crescendo; porém, graças à produtividade, a lucratividade segue em expansão. Fica claro, assim, que o diferencial do agronegócio brasileiro é o crescimento contínuo de sua produtividade. Essa vantagem precisa ser conservada como garantia para enfrentar os desafios que a crise econômica e financeira certamente irá colocar nos próximos anos.   (com informações Cepea)

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