Cresce o número de pacientes com câncer que procuram tratamento em Barretos

Sem a opção de contar com novos postos de atendimentos para pacientes que precisam da urgência do serviço de radioterapia no MS, para o combate inicial ao câncer, pacientes acompanhados por um familiar continuam a romaria para a cidade de Barretos, no interior de São Paulo.

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Sem a opção de contar com novos postos de atendimentos para pacientes que precisam da urgência do serviço de radioterapia no MS, para o combate inicial ao câncer, pacientes acompanhados por um familiar continuam a romaria para a cidade de Barretos, no interior de São Paulo.

Sem a opção de contar com novos postos de atendimentos para pacientes que precisam da urgência do serviço de radioterapia no MS, para o combate inicial ao câncer, pacientes acompanhados por um familiar continuam a romaria para a cidade de Barretos, no interior de São Paulo.

Lá, os pacientes utilizam os serviços do Hospital do Câncer, privado, mas referência em tratamento oncológico pelo SUS.

De janeiro a 30 de setembro deste ano, 2.327 pacientes fizeram aplicação de radioterapia em Barretos, gerando 12.999 atendimentos. O alto número de atendimentos comparado ao número de pacientes se deve às múltiplas viagens de uma mesma pessoa.

Neste ano, até o dia 30 de setembro, 2.474 pacientes do MS fazem tratamento rotineiro de combate ao câncer em Barretos, com um total de 15.608 atendimentos.

Em todo o ano de 2010, foram para Barretos 2.610 pacientes, que geraram 24.109 atendimentos. Portanto, a média mensal de pacientes aumentou de 217.5 em 2010 para 274.8 em 2011. Com esses números médios, o total de 2011 deve ser de 2645.9 pacientes.

Os dados foram fornecidos pelo Hospital de Barretos a pedido da reportagem do Midiamax.

Mas um dado chama a atenção: o número médio/mensal de retornos foi muito maior em 2010 do que está sendo em 2011. No ano passado o retorno mensal indicava 2009 pacientes. Em 2011, até setembro, o número cai para 1734.

O fato pode significar que o hospital de Barretos também está lotado, e que mais pacientes engrossam as filas de espera por tratamento de câncer no MS. Ou seja, se a doença precisa ser combatida de pronto, para quem não tem o pronto-atendimento a possibilidade de cura, já rara, torna-se improvável.

Omissão do estado favorece privatização do setor no MS

Recentemente, a secretária Beatriz Dobashi informou à Assembleia Legislativa que o Hospital Regional não terá radioterapia porque está fora dos planos de investimento do governo Puccinelli, que precisa “atender também outros preceitos de economia e uso racional de recursos”.

Quanto ao Hospital Universitário, o prazo de inauguração da radioterapia – – dia 27 de outubro – não foi cumprido, e a nova data ainda depende de vistoria dos novos equipamentos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN, do Rio de Janeiro. Isso porque a reabertura é acompanhada de perto pelo Ministério Público Federal.

Com a ausência do serviço público, a iniciativa privada não para de crescer no setor. O Hospital do Câncer, de Adalberto Siufi, privado, e que atende pelo SUS, anunciou a construção de um novo edifício.

Até uma proposta da elevação do teto das emendas parlamentares chegou a ser apresentada a Puccinelli, para carrear mais recursos públicos para o Hospital do Câncer. Caso aprovada, o hospital de Siufi receberia, anualmente, mais R$ R$ 4,8 milhões, e em três anos R$ 14.4 milhões.

Em Campo Grande, só o hospital do Câncer realiza radioterapia pelo SUS, e vive lotado, com filas pelos corredores. Outras unidades também privadas estão em Dourados e Três Lagoas. Mas a demanda por radioterapia é maior. Nem mesmo o Ministério Público Federal conhece a extensão da fila de espera, que estava em 160 pacientes em 2010.

Com isso, pacientes da região da fronteira chegam a viajar mais de 25 horas, ida e volta, para uma única sessão de radioterapia ou quimioterapia em Barretos.

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