Corumbá registrou 38 notificações de casos suspeitos de dengue somente em janeiro. Houve apenas uma confirmação laboratorial. Os dados da Vigilância em Saúde são de 31 de janeiro. Segundo a chefe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Grace Bastos, o índice está abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.

Os bairros que mais tiveram notificações no primeiro mês do ano foram o Cristo Redentor e Universitário, cada um com seis registros. O bairro Nova Corumbá teve cinco notificações e outras quatro no Popular Nova. O único caso confirmado da doença – transmitida pelo mosquito Aedes aegypti – foi no Centro, onde também ocorreram duas notificações.

“Em 2010, o índice de casos notificados era bem mais alto do que neste ano. Apenas um caso de dengue foi confirmado através de exame laboratorial e, acompanhando esses casos de suspeita, o Centro de Controle Zoonoses tem feito, nas áreas onde essas pessoas moram, o que chamamos de bloqueio mecânico, que é a vistoria da residência num raio de 150 metros de onde a pessoa mora, para identificarmos focos de procriação do mosquito da dengue, e combatermos a proliferação nesses locais”, informou Grace a este Diário.

A queda no percentual de registros da doença já foi percebida logo nas primeiras semanas do ano, quando a Secretaria Municipal de Saúde fez o primeiro Levantamento de Índice Rápido de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa) de 2011, que apesar de revelar que o município se encontra em estado de alerta, com índice de 2,2% de infestação do mosquito na área urbana – quando o aceitável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é de até 1% – também demonstra, em comparação com os dados do ano anterior, queda de incidência, que foi de 3,1% na mesma época de 2010.

“Essa queda se deve ao contínuo trabalho que toda a Secretaria de Saúde está realizando. Não há interrupção nos serviços, nem época certa de atuação, eles são contínuos, o ano todo, seja de alerta, ou de combate. É importante frisarmos que os trabalhos também têm contado com diversas parcerias, públicas e privadas, além de que o principal aliado que temos é a população. Quanto mais as pessoas evitarem o acúmulo de lixo e mantiverem a limpeza nas casas e nos terrenos, estarão combatendo a proliferação do mosquito da dengue”, frisou Grace.

Trabalhos

Outro aliado no combate à doença em Corumbá é o Disque Dengue, que funciona da seguinte forma: por meio do número 0800-647-2255 (ligação gratuita), a população pode informar sobre casos suspeitos de dengue na cidade, inclusive com denúncias sobre focos do mosquito. O atendimento é feito por servidores da própria Saúde que disponibiliza uma equipe, com apoio de equipamentos necessários para as ações de combate à doença. O sistema funciona de segunda a sexta-feira, no horário comercial. Esse número também está à disposição, não apenas para denúncias, mas também para esclarecimentos à população em relação à doença ou combate.

A Secretaria mantém as ações de prevenção pela cidade, com limpeza de terrenos baldios e de imóveis fechados. No caso dos imóveis, os proprietários estão sendo notificados pela Vigilância Sanitária, que também realiza a limpeza do local. Em caso de reincidência, estas pessoas podem até mesmo serem multadas, conforme a lei complementar 102/2007, que prevê punições para quem coloca em risco a saúde pública.

Preocupação

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, Mato Grosso do Sul registrou em janeiro de 2011, a primeira suspeita de dengue do tipo 4. O caso foi em Campo Grande. A preocupação com o vírus da dengue tipo 4 existe porque no Estado circulam apenas os tipos 1, 2 e 3. Já o tipo 4, que não aparece no Brasil há quase 30 anos, é um forte “candidato” a disseminar a doença.

Campanha Nacional

O Ministério da Saúde lançou a nova campanha de combate à dengue, que se utilizou de cenas reais de ações em andamento em todo o país para conter a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue. O filme “Mobilização Geral 2011” tem 30 segundos de duração (com versões reduzidas de 15 e 10 segundos) e conta com a participação do ator José de Abreu. Parceiro do Ministério da Saúde, ele abriu mão do cachê e também faz a narração do spot de rádio, com 30 segundos de duração. As novas peças têm por finalidade divulgar o que os moradores de cada estado brasileiro estão fazendo para eliminar os focos do mosquito em suas comunidades. Nas imagens, população e agentes comunitários de saúde trabalham lado a lado em mutirões e orientando os moradores. Além do filme nas televisões e dos spots nas rádios, as peças podem ser conferidas no site www.combatadengue.com.br e no portal do Ministério da Saúde – www.saude.gov.br. Com informações do Ministério da Saúde.