Corpo de Salvador Allende é exumado

Os restos mortais do ex-presidente do Chile Salvador Allende (1970-1973) foram exumados hoje (23) por uma equipe de peritos do país. A informação é da Agência Lusa. É a primeira vez que a Justiça chilena abre um inquérito para investigar as circunstâncias da morte do ex-presidente – último chefe de Estado democraticamente eleito no país […]

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Os restos mortais do ex-presidente do Chile Salvador Allende (1970-1973) foram exumados hoje (23) por uma equipe de peritos do país. A informação é da Agência Lusa.

É a primeira vez que a Justiça chilena abre um inquérito para investigar as circunstâncias da morte do ex-presidente – último chefe de Estado democraticamente eleito no país antes do golpe militar de 1973.

Há desconfianças da sociedade chilena sobre a causa da morte de Allende. Oficialmente, a informação que prevalece é suicídio, mas isso gera controvérsias. Allende morreu há quase 38 anos. O pedido de abertura de inquérito foi feito por Beatriz Pedrals, da Justiça Fiscal, e as investigações serão comandadas pelo representante do Ministério Público do Chile, ministro Mario Carroza.

Allende morreu em 11 de setembro de 1973 quando as forças do general Augusto Pinochet invadiram a sede do governo, o Palácio de La Moneda, onde estava o então presidente. Durante o golpe militar, a informação divulgada sobre a morte de Allende era que ele se matou com um tiro.

O juiz Carroza e os peritos do Serviço Médico-Legal coordenarão a operação de exumação dos restos mortais de Allende, que estão no Cemitério Geral de Santiago. A ação será acompanhada pelos parentes do ex-presidente. Também participarão peritos estrangeiros, agentes da Polícia de Investigações e dos Carabineros (polícia militarizada).

Uma das associações que representam as vítimas da ditadura, como a família de Allende, solicitou a exumação. O caso do ex-presidente está entre 726 processos envolvendo vítimas de violação de direitos humanos durante o período militar no Chile – de 1973 a 1990. A ditadura do ex-presidente Augusto Pinochet é considerada por historiadores uma das mais violentas da América Latina.

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