O Corinthians inicia nesta quarta contra o Deportes Tolima, às 22 horas, no Pacaembu, a caminhada para sua 8.ª participação na Taça Libertadores, sem o clima de ‘obsessão’ provocado em 2010 pelo centenário do clube.

O excesso de otimismo e a badalação do ano passado deram lugar à desconfiança após a queda precoce na última edição do torneio, além da perda do título brasileiro passado na reta final e a obrigação de jogar a pré-Libertadores.

Dessas decepções, porém, pode ressurgir um Corinthians mais forte. Aprender com os erros e usar o entrosamento da boa base formada pelo clube são as principais apostas da equipe de Tite para manter vivo o sonho de, enfim, vencer a competição continental. O time que entra em campo nesta quarta à noite, no jogo de ida contra os colombianos, é praticamente o mesmo que caiu diante do Flamengo nas oitavas de final no ano passado – saíram apenas o goleiro Felipe, o zagueiro William e o volante Elias.

Com a pré-Libertadores, o Corinthians já tem pela frente um mata-mata para garantir a vaga na fase de grupos. Para Tite, a eliminação do ano passado, depois de ótima campanha na primeira fase, serviu como experiência. “Quando se passa por uma experiência, você sente. O grupo passou, sentiu, e vai entrar mais consciente”, afirma ele, que disputará o torneio pela sexta vez – duas como jogador e quatro como técnico. “Essa equipe já disputou Libertadores também, vai construir (o resultado) de forma equilibrada.”

Contra o Tolima, Tite quer usar a força do Pacaembu, mas não espera garantir a vaga já no primeiro jogo. “Temos de tirar alguma vantagem. Se vencer não tomando gol, melhor”. Na Libertadores de 2010, o Corinthians venceu os quatro jogos que disputou no estádio, mas em apenas um deles não sofreu gol. Em todos, a vitória foi por apenas um de diferença. “Vamos tomar bastante cuidado atrás, mas temos de nos impor dentro de casa”, afirma Dentinho.

Apreensão. O início de temporada serviu para deixar a torcida corintiana ainda mais apreensiva. Tite optou por usar os titulares nas três partidas pelo Estadual, mas a evolução pretendida pelo técnico não ficou evidente. Fora os 20 minutos iniciais da estreia contra a Portuguesa, quando fez os gols da vitória (2 a 0) com futebol de encher os olhos, a equipe não empolgou.

Nos empates com Bragantino e Noroeste (ambos por 1 a 1), viu-se um conjunto deficiente na armação e inseguro na defesa. “Temos de saber trabalhar com a dúvida que o torcedor teve depois destes resultados”, admite Tite.

O técnico afirma que a atuação sonolenta contra o Noroeste, diante da torcida, foi em decorrência da pouca motivação antes do jogo importante contra o Tolima. Hoje, ele espera que o time não tome o caminho contrário e esbarre na ansiedade. “Sabia que o jogo com o Noroeste estaria num nível abaixo de concentração. Amanhã (hoje), sei que pode estar acelerado demais, de tentar vencer de qualquer forma. De qualquer forma, não se constrói nada”, afirmou.

Mudança. A ausência mais sentida em relação ao time de 2010 é a de Elias, que tinha boa chegada ao ataque. Jucilei tem tentado, sem sucesso, desempenhar o papel. Por isso, após as poucas jogadas ofensivas no jogo com o Noroeste, Tite quer atuação mais próxima de Bruno César, Jorge Henrique e Dentinho, encarregados da criação. “Pedi para eles jogarem mais perto, não tão abertos como fizeram. Essa é a correção tática que o jogo nos mostrou”, afirmou o treinador.